domingo, 27 de setembro de 2015

O cenário do voto "útil"...

Nesta fase já terminal da campanha para as eleições do próximo dia 4, os maiores partidos tentam apelar ao voto útil em nome da "estabilidade"
Até eu, já sofri o assédio do voto "útil" à esquerda!..

Respigo do Público de hoje.
"Se o leitor é um eleitor indeciso, saiba que os apelos das últimas horas são para si. A "maioria absoluta" e a "estabilidade" são a forma como a coligação PSD/CDS e o PS pretendem, cada um com os seus argumentos, garantir o seu voto, no próximo domingo, 4 de Outubro."
Mais, a pressão sobre os eleitores vai intensificar-se: "A questão da governabilidade vai ser dominante nesta última semana de campanha", antecipa Pedro Adão e Silva. "Os dois blocos pretendem atrair votos com o argumento da estabilidade, mas a maioria absoluta é uma miragem", descodifica Nuno Garoupa.
Quem, como eu, nada percebe de política, pensa que a confirmarem-se as sondagens, a coligação PAF irá desfazer-se na própria noite das eleições. 
"Sentido de Estado", "responsabilidade", "interesse nacional" e outras vacuidades do género serão a justificação. 

Assim, haverá maioria absoluta PS-PSD, se as urnas lhes derem um resultado pior e apenas o número de deputados do PSD for suficiente para atingir a soma necessária.
Teremos uma maioria absoluta PS-CDS, se o PS conseguir um resultado melhor e o número de deputados eleitos do CDS bastar para garantir essa mesma soma. 
Os votos "úteis", sim ou sim, produzirão uma maioria absoluta. 
Não será a maioria absoluta que a actual maioria deseja, mas isso pouco lhes interessa. 
Eles sabem como a memória dos eleitorados nos partidos do chamado "arco do poder" é curta. E duas semanitas de comícios e arruadas com gaiteiros e bandeirinhas ainda a encurtam mais. 

De hoje a 8 dias, terão mais quatro anos pela frente, completamente à vontade, para darem cabo do que ainda resta escavacar.
Portanto, não se esqueçam de votar "útil"...
Continuando a citar o jornal Público.
“Depois de o doutor António Costa ter prometido chumbar o nosso Orçamento a seguir às eleições, nada o impedirá de dizer que chumbará o nosso programa, porque não há peça mais importante de um programa do governo que não seja o seu Orçamento”, lamentou-se Passos Coelho. 
Ora, o programa do Governo não é votado no Parlamento - pode é ser alvo de uma moção de rejeição. 
Até agora a coligação ainda só se imaginou no papel de "vítima".
O CDS ainda não explicou se viabiliza um Governo minoritário do PS...

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