quinta-feira, 23 de julho de 2015

A opção (ou a incompetência) foi clara: não se candidatam ao que tínhamos direito, mas não se pouparam a tirar a camisa aos portugueses (incluindo aos desempregados - sei do que falo…)

Inicialmente, o Fundo Europeu de Apoio à Globalização foi criado para apoiar trabalhadores que ficassem desempregados na sequência da deslocalização dos seus postos de trabalho. Contudo, e tendo em conta a crise económica que assolou o mundo a partir de 2008, foi feita uma alteração aos seus estatutos para que pudesse abranger os desempregados resultantes da crise. "A mobilização do Fundo só é possível através do pedido do Estado-membro, já que são as autoridades nacionais que decidem se querem ou não candidatar-se ao cofinanciamento", explica ao Negócios fonte oficial da Comissão Europeia. 
O Jornal de Negócios questionou o Ministério do Emprego e Solidariedade Social, mas não obteve, para já, qualquer resposta.

Em tempo.
E porque é que haveria de candidatar?
Cito PAULA FERREIRA, EDITORA-EXECUTIVA-ADJUNTA DO JN.
"Alguém que está desempregado algum problema deve ter, senão teria conservado o seu emprego". Esta visão cultural prejudica quem vai a uma entrevista de emprego, disse o primeiro-ministro. A intenção de Pedro Passos Coelho até pode ter sido bondosa. Vamos acreditar. O primeiro-ministro não partilha da perigosa visão cultural do desemprego, mas verbalizá-la numa entrevista em horário nobre é, no mínimo, de uma enorme falta de sensibilidade social. De tamanha inabilidade, que Clara de Sousa, a entrevistadora, sem deixar passar em claro o deslize, desafiou Passos a colocar-se no papel do desempregado que em casa o estaria a ver e ouvir. O primeiro-ministro acredita que o desempregado, sem posto de trabalho quem sabe se por incompetência de algum gestor - esse quase sempre inocentado -, o compreenderá. Afinal, falamos do mesmo primeiro-ministro que considerou o desemprego uma oportunidade para mudar de vida (disso não restam dúvidas), do mesmo primeiro-ministro que nos convidou a emigrar. Tudo generosas intenções de um homem que apenas e só pretende incentivar, em cada português, a faceta adormecida de empreendedor."

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