Um gajo rasga a máscara que tapa o
pudor e expele a brutalidade de um “merda pró tempo”.
Isto, porque está bem disposto, pois
se não estivesse, era provável que o rol do dicionário vernacular
fosse vomitado, em três tempos, pelos beiços a espumarem.
Neste domingo, pelo menos de manhã, a
Aldeia encolhe-se no aconchego do sossego do lar.
A minha voz, tal como a de qualquer
cidadão normal, podia não existir.
Há muitos anos, na Aldeia, houve uma
barreira que a tentou cilindrar na montanha da liberdade vigente na Aldeia: “todos ao
monte e fé em Deus”!
Mas, com os dedos, criei esta
ferramenta para poder continuar a gritar e viver a LIBERDADE.
Neste domingo, pelo menos de manhã, a
Aldeia encolhe-se no aconchego do sossego do lar.
Mas, de tarde, mesmo que continue a chover, as
portas das casas vão abrir-se. De lá vão sair os esfomeados pela LIBERDADE, os presos à máquina do trabalho, que durante a semana os
ocupa por largas horas, como se o inferno lhes sugasse o sorriso aos
poucos.
O compromisso planeado pelas responsabilidades do calendário, mesmo ao domingo, permanece na mente
de cada um de nós.
Amanhã, segunda-feira, acordamos com
um abanão furioso. Faça chuva ou faça sol, temos de sair cedo de
casa.
Para quem ainda consegue trabalhar neste
país e nesta Aldeia, é o início de mais uma semana de labuta e de
luta.
Ainda ressacados pela mágoa, temos de
nos fazer à vida, com o entusiasmo de quem se atira para um abismo
fundo.
A vida, tal como a labuta e a luta, faça chuva ou faça sol, continua...
Se é certo que o Povo da Aldeia perdeu um monumento, que era um poço, ainda nos resta AS ALMINHAS!..
Já que o crescimento da Aldeia não
aconteceu com um plano que a conseguisse preparar para o futuro, respeitando o seu passado, os nossos filhos vivem numa Aldeia igual a
tantas outras, que nos dias que passam praticamente nada reflecte da sua
história.
Ao menos, respeitem AS ALMINHAS!
Será que somos uma terra de alarves e não temos civilização para fazer respeitar a memória espiritual do que nos foi legado e era um património vivo daquilo que fomos?Nós, na Aldeia temos tão pouco!..
Porra o iluminado que teve essa ideia merecia o premio nobel da falta de respeito para com o patrimonio.
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