Os tempos que passam não são (nem estão...) fáceis para ninguém.
São apelativos ao desencanto, ao desânimo e à resignação.
Convidam, no mínimo, ao realismo e ao pragmatismo - no fundo à desistência.
E no entanto nunca foi tão importante estar atento, gritar e resistir como agora. Estar atento aos factos consumados, gritar contra as verdades absolutas (que o são hoje, não o eram ontem e já não o serão amanhã).
Ricardo Salgado, por exemplo, não se considera responsável pela queda do BES.
Numa conversa com o “Diário Económico”, um mês após ter deixado a presidência do Banco Espírito Santo (BES), que vai “lutar pela honra e dignidade, minha e da minha família”. Disse Salgado.
Porém, não quis fazer declarações sobre o caso BES...
Mas, sabe-se, Salgado vai continuar a fazer aquilo que sempre fez...
Quando interrogado “como se sente depois de passar de um dos homens mais poderosos do país a uma situação em que é estigmatizado como um bandido”, o ex-administrador do BES e do GES cita uma frase do Papa Francisco, uma das várias que utiliza durante o encontro relatado nas páginas do jornal: “Não chores pelo teu sofrimento, luta pela tua felicidade”.
No seu escritório improvisado, Ricardo Salgado, que durante anos foi bajulado e que estava sempre acompanhado de um séquito, tem agora como companhia a secretária de toda a vida e mais duas ou três pessoas.
Não se mostra, todavia, preocupado e volta a citar o Papa Francisco: “Não chores pelos que te abandonaram e luta pelos que estão contigo”.
Espero não o ver nunca em Fátima e muito menos no 1º de Maio. Carlos Moço
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