"Em agosto de 2009, em entrevista a
um semanário local, o actual presidente da câmara, fez questão de sublinhar a
sua certeza em “desenvolver uma diplomacia económica enérgica, cativando o
maior número de empresários, criando todas as condições para que optem pelo
nosso concelho, como um local privilegiado de investimento”.
Encontra-se em desenvolvimento um plano estratégico para a cidade. Sendo um plano
político que prossegue uma continuidade de desenvolvimento da cidade a partir de
uma visão compartilhada de futuro, estabelece uma proposta da sociedade para a
sociedade numa perspetiva intergeracional.
A diplomacia económica e as ações
no território situam-se portanto a jusante do planeamento. Sem que este seja
claramente concebido, correm-se riscos de decisões avulsas, eventualmente inconsequentes,
com prejuízo para o erário público.
Agora que a ACIFF, numa louvável
iniciativa, decidiu dinamizar um programa com o intuito de permitir a modernização
dos estabelecimentos e o aumento de
atratividade, através do projeto (in) Figueira, não poderemos deixar de
recordar os insucessos da materialização dos projetos PROCOM e URBCOM,
concebidos para revitalizar as zonas centrais da cidade, o que não ocorreu.
Esta reflexão surgiu-me após uma
recente visita ao mercado municipal, ele próprio objeto de recente e
significativo investimento, onde encontrei uma alarmante ausência de consumidores.
A prometida diplomacia económica decerto
contribuíria para o desejado sucesso no comércio e nos serviços na Figueira."
* Uma crónica de Daniel Santos, engenheiro civil , publicada no jornal AS BEIRAS.
Em tempo.
Sendo verdade que um produto só se vende, de forma consistente, se
for realmente bom, é também verdade
que os nossos produtos e serviços penetrariam
melhor noutros mercados, caso a imagem do nosso concelho fosse substancialmente
diferente da que hoje tem.
Tirando raras e honrosas excepções,
o nosso concelho tem sido quase
sempre notícia pelas piores razões e não pela nossa capacidade de executar
projectos.
Para além das nossas idiossincrasias como concelho – que são apenas
diferentes das de outros - é uma
realidade que não temos uma imagem por aí além, o que constitui uma menos valia
em termos de disputa de mercado.
Neste detalhe, um bom marketing
pode ajudar, desde que seja
verdadeiramente estratégico.
Mas, para isso, são
necessários estrategas lúcidos e
competentes.
Chegados aqui, fica a pergunta: resta ao presidente da câmara fazer
diplomacia económica?
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