Poderiam ser citadas inúmeras passagens deste texto de leitura
obrigatória de Pedro Santos Guerreiro.
Ficam estas.
“O relato é feito amiúde por "arrependidos" que
largam o vício do dinheiro. Sim, do dinheiro: a banca de investimento paga os
salários mais altos do mundo empresarial. Os salários não, os prémios. Prémios
que dependem de desempenho. Desempenho que depende de angariar lucro. Lucro que
depende muitas vezes de transaccionar risco para os clientes. O português João
Ermida deixou de ganhar milhões por ano no Santader porque já não suportava
olhar-se ao espelho e publicou um livro expiando os seus pecados. O americano
Greg Smith escreveu uma carta memorável, "Porque estou a sair da Goldman
Sachs", retrato cru de uma organização disposta a sacrificar os interesses
de clientes no vórtice da obcecação pelo seu próprio lucro.”
“Os Pais Jorges são peões minúsculos no tropel deste
processo. A sua entrada no Governo até podia ser boa pela razão que leva
empresas de "software" a contratar "piratas": pelo que
sabem. O senhor estatelou-se em mentiras e foi cuspido, num processo político e
mediático que dispersa a nódoa, destruindo peões e a imagem dos partidos, mas
desinteressado do essencial: a preservação das acções políticas de devedores
compulsivos e financeira de credores ardilosos que gerou este escândalo e
gerará o próximo. O regime transformou-se num esquema.”
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