sábado, 21 de janeiro de 2012

Obviamente, Cavaco está falido!...

"A fome é uma realidade para muitas famílias e já nem as câmaras nem as instituições de solidariedade social têm meios suficientes para ajudar quem caiu, de um momento para o outro, na miséria. Muitos cidadãos sem trabalho, qualificados ou sem formação, optam pela emigração para África, o Brasil, a Europa ou mesmo para o golfo Pérsico. Os salários de quem ainda trabalha estão a ser cortados, os horários aumentam e muitas famílias, mesmo com empregos, têm dificuldades em honrar os seus compromissos mensais. Pois bem. É por isso que as pessoas se revoltam legitimamente quando ouvem falar em salários de 45 mil euros por mês na EDP. É por isso que as pessoas não compreendem que os sacrifícios nunca atinjam a sério os mais privilegiados. E é por isso também que não se pode aceitar que o Presidente da República diga aos portugueses que não consegue viver com 10 mil euros por mês. As afirmações de Cavaco Silva são um insulto a milhões de portugueses. As queixas do chefe do Estado são indignas do cargo que ocupa e devem merecer o repúdio de quem tem um pingo de vergonha na cara e conhece a forma como muitas famílias estão a lutar pela sobrevivência com pensões miseráveis e salários do terceiro mundo. O Presidente da República tem repetido vezes sem fim que há limites para os sacrifícios. Mas também é verdade que há limites para a indecência. E neste mês de Janeiro de 2012, um dos piores anos na história do Portugal democrático, importa lembrar a Cavaco Silva que as suas palavras deixaram de ter qualquer significado e que as suas funções, para as quais foi legitimamente eleito por sufrágio directo e universal dos cidadãos, estão gravemente prejudicadas, mesmo feridas de morte, a partir de hoje."

António Ribeiro Ferreira, Director do jornal i

1 comentário:

  1. VEMOS – o nosso vizinho, o nosso colega, o nosso amigo e até o nosso familiar lutarem cada vez com mais dificuldades económicas em consequência da subida dos impostos, da subida da electricidade, do gás, da água, dos transportes, dos bens alimentares, das taxas moderadoras, e da descida dos salários, do aumento das horas de trabalho, do corte das prestações sociais, da retirada dos subsídios de férias e de Natal, etc. etc.
    OUVIMOS – o primeiro-ministro Passos Coelho, o PSD e o PP justificarem a não tributação do capital com a necessidade de evitar a fuga deste para o exterior; os trabalhadores que não podem escolher onde pagam os impostos que suportem e se conformem com a iniquidade fiscal.
    LEMOS – que a quase totalidade das empresas do PSI 20 se deslocalizaram para a Holanda, incluindo empresas com capitais públicos, caso da Galp, da EDP e da CGD, sem que o Governo tenha feito alguma coisa para o evitar.
    VEMOS – o Comendador Soares dos Santos (Comendador pelos bons serviços prestados à nação…) bater com a porta na cara do Governo levando a sua holding para a Holanda e o ministro das Finanças engolir em seco e ficar calado.
    OUVIMOS – diariamente os homens do dinheiro dar sob a forma de «conselhos» instruções ao Governo de como deve governar, e este, atento e venerando, ir apressadamente cumprir as ordens recebidas.
    LEMOS – a cada vez maior promiscuidade entre os negócios a política e sociedades secretas e de como o que é público, e pago por todos nós, é usado por e para interesses privados, muitas vezes individuais.
    VEMOS, OUVIMOS E LEMOS – até Cavaco a queixar-se da vida!...
    VEMOS, OUVIMOS E LEMOS…
    Porque que é que continuamos a ignorar?..

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