“Entretidos que estamos na nossa vida diária, alheados e mergulhados em problemas muitas vezes comezinhos, esquecemo-nos de ver. Olhamos, mas não vemos.
Mas eu vi. Pouco deveria passar das 23h30. Passeava o cão no jardim fronteiro ao prédio quando um automóvel parou junto ao parqueamento. As pessoas que saíram da viatura não me conseguiam ver. A rua estava deserta. Um casal e um rapaz, não deveria ter mais do que 6 anos. Uma família como qualquer outra. Aproximaram-se a medo dos caixotes. Um a um, foram recolhendo lixo alheio. Lixo que para esta família parecia servir. O rapaz colocou vários sacos na bagageira até que algo o fez parar, saltando apressado para o banco traseiro da viatura. Espreitou pelo vidro. Estavam os três a olhar para mim. Senti a vergonha deles por terem sido avistados e a minha por não saber reagir. Fiquei sem chão.”
Durante a minha vida, principalmente na minha meninice, que me lembro de assistir a situações semelhantes à descrita.
Todavia, sem demagogia, sejamos sinceros: depois do 25 de Abril de 1974, nunca como agora, estivemos sujeitos a levar tantas estaladas visuais deste tipo.
Senhor Presidente da República, Senhor Primeiro-Ministro, ao que chegámos!..
Pessoas a a comer do caixote do lixo, mesmo à nossa porta...
pessoas a comer do caixote do lixo e a saírem de um automóvel? o que está de errado com esta imagem? algo que não compreendo, preferem manter o luxo e comer do lixo.
ResponderEliminarpara tornar a situação ainda mais ridícula era o carro ser de uma marca de luxo.