Via rádio, acompanhei a cerimónia oficial do 25 de Abril.
Confesso, que não escutei com grande atenção os discursos dos políticos. Excepção, diga-se em abono da verdade, às palavras de José Pedro Aguiar-Branco, talvez o melhor discurso que, alguém do PSD, alguma vez fez nas comemorações do 25 de Abril ...
Mas, quando José Sócrates, em directo, respondeu às perguntas dos jornalistas, aí, procurei não perder pitada.
Por isso mesmo, ouviu-o dizer “ter encarado o discurso do Presidente da República como portador das palavras que são necessárias ao país”.
Como escutei, em directo, e depois confirmei na net, “o Presidente da República criticou, este domingo, durante o seu discurso do 25 de Abril, os salários e prémios dos gestores.” Disse Cavaco: «a sociedade é hoje mais justa do que há 36 anos. No entanto, persistem desigualdades, pobreza, exclusão, indignas da memória dos que fizeram a Revolução. A injustiça é tanto maior quanto nos deparamos quase todos os dias com casos de riqueza imerecida que nos chocam».
Cá está, porque em parte, Abril ainda está por cumprir: se Cavaco Silva, Presidente da República, e José Sócrates, Primeiro-Ministro, sabem do escândalo e não fazem nada (ou não podem...), como é que o Povo dá volta a isto?...
Eu sei, que é impossível alcançar tudo o que sonhamos, mas já estou como Jorge Sampaio, um ex-Presidente da República. “Não estou nada satisfeito com a qualidade desta democracia”.
Será, como defende o quase meu conterrâneo e Capitão de Abril, Vasco Lourenço, que "precisamos de um outro 25 de Abril pela justiça social"?...
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