quarta-feira, 28 de abril de 2010

Os mercados não são pais, são padrastos

“Portugal é como uma criancinha de 12 anos que já gastou as semanadas do ano todo, que não gosta de estudar, não ajuda em casa, não quer ler e foge a sete pés das responsabilidades. Uma criança que aprendeu a passar pelo meio da chuva. E é feliz assim. Sem cuidado, sem futuro e com sorte. Chega-lhe o futebol, as novelas e a convicção de que o dinheiro nasce nas paredes onde estão presas as máquinas de multibanco.
Agora pedem a esta criancinha, mal educada e mimada, que se levante cedo, que tenha boas notas, que aprenda a poupar e que prometa que se vai portar bem. Ou acabam-se as semanadas, a play station e, no limite, o computador. Ela diz que sim, que se vai esforçar. Promete. E até faz um power point muita giro, com pinta, mesmo. "E agora, já posso ir ver televisão?". Um pai diria que sim. Não resistiria.
Só que os mercados não são pais, são padrastos.”

Sem comentários:

Enviar um comentário

Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.