Ao que veio no jornal, “os 1 500 exemplares, custaram 16 500 euros”, presumo que ao erário público.
Nestas circunstâncias, o mínimo que se exigia, dado que, ao que disseram, foi coordenado por “um Professor de História aposentado e autor de vários livros temáticos”, era que fosse historicamente rigoroso e isento.
Nem isso conseguiu ser. Na página 82, pode ler-se: “em 15 de Abril de 2009, foi aprovado por unanimidade em sessão da Junta, e no dia seguinte, igualmente na Assembleia de Freguesia, mas com uma abstenção, do membro da CDU”.
Até aqui tudo bem: rigorosa e historicamente, estava correcto. Mas, não, o tal “Professor de História aposentado e autor de vários livros temáticos”, não resistiu e, aos factos históricos e verdadeiros, acrescentou: “este voto dissonante foi causador de uma certa estranheza. Mas, a história, como ciência, diferente da política, não tem nada que se admirar, apenas registar”.
Ora, aqui é que está o busílis: se “a história, como ciência, diferente da política, não tem nada que se admirar, apenas registar”, a um “Professor de História aposentado e autor de vários livros temáticos”, o mínimo que se exige é que tivesse sido isento, verdadeiro e rigoroso, isto é, que tivesse dado voz a ambas as partes, na coordenação de uma obra histórica.
Nestas circunstâncias, o mínimo que se exigia, dado que, ao que disseram, foi coordenado por “um Professor de História aposentado e autor de vários livros temáticos”, era que fosse historicamente rigoroso e isento.
Nem isso conseguiu ser. Na página 82, pode ler-se: “em 15 de Abril de 2009, foi aprovado por unanimidade em sessão da Junta, e no dia seguinte, igualmente na Assembleia de Freguesia, mas com uma abstenção, do membro da CDU”.
Até aqui tudo bem: rigorosa e historicamente, estava correcto. Mas, não, o tal “Professor de História aposentado e autor de vários livros temáticos”, não resistiu e, aos factos históricos e verdadeiros, acrescentou: “este voto dissonante foi causador de uma certa estranheza. Mas, a história, como ciência, diferente da política, não tem nada que se admirar, apenas registar”.
Ora, aqui é que está o busílis: se “a história, como ciência, diferente da política, não tem nada que se admirar, apenas registar”, a um “Professor de História aposentado e autor de vários livros temáticos”, o mínimo que se exige é que tivesse sido isento, verdadeiro e rigoroso, isto é, que tivesse dado voz a ambas as partes, na coordenação de uma obra histórica.
Para isso, bastava ter lido a acta da reunião do dia 16 de Abril de 2009 da Assembleia de Freguesia de São Pedro, onde deve constar, presumo eu, que o eleito que se absteve, alertou antes da votação que a matéria em causa tinha sido retirada da reunião da Câmara Municipal da Figueira da Foz, realizada na segunda-feira anterior, por “problemas processuais”.
Recordo, que da agenda da reunião Ordinária de 06-04-2009 da CÂMARA MUNICIPAL da Figueira da Foz, cuja acta pode ser lida na íntegra, clicando aqui, constava inicialmente o seguinte ponto:1 -GABINETE DA PRESIDÊNCIA1.1 -PROJECTO DE LEI N.º 535/X –ELEVAÇÃO DE SÃO PEDRO À CATEGORIA DE VILA DA INICIATIVA DO PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA. Este ponto, contudo, que era para ter sido discutido e votado nesse dia 6 de Abril de 2009, não chegou a ser, como confirma a edição do dia 7 de Abril de 2009 do Diário de Coimbra, que passo a citar:
“O parecer da câmara municipal sobre a elevação a vila das freguesias de Lavos, S. Pedro e Marinha das Ondas foi ontem adiado, por solicitação do presidente da câmara, que defendeu ser necessário «uma análise mais cuidada». Duarte Silva salientou que S. Pedro faz parte da cidade e assim sendo, não sabe se poderá ser elevada a vila.”
O mesmo assunto foi à sessão camarária figueirense seguinte, realizada 15 dias depois, no dia 20 de Abril de 2009. Aí, sim, foi votado favoravelmente, por unanimidade, apesar das dúvidas que existiam e que persistem até hoje.
Mas, dado que o “Professor de História aposentado e autor de vários livros temáticos”, não fez o que deveria ter sido feito, para respeitar o rigor e a verdade histórica, venho avivar a memória de todos, recorrendo aos jornais da altura.
Lembro, que As Beiras, do dia 13 de Junho de 2009, tem uma local intitulada “Que alguém descalce a bota”, que reza o seguinte:
“OS PROCESSOS de S. Pedro e de Lavos levantam dúvidas legais: são as localidades que são elevadas, e não as freguesias ou concelhos. E em nenhuma das duas freguesias existem lugares com o nome das mesmas e com condições para serem promovidos na classificação. O caso de S. Pedro é menos gritante, uma vez que a freguesia se concentra praticamente no mesmo lugar. Para Carlos Simão, “a freguesia é que foi elevada a vila”. Já Isabel Oliveira reconhece que “nenhuma das localidades que constituem a freguesia de Lavos reúne os requisitos legais para ser vila”. E agora? “Agora, quem fez a proposta que descalce a bota, pois não serei eu a resolver um problema que não criei”, responde a autarca. “As pessoas adoram complicar o que é simples: aquilo que a Assembleia da República aprovou ontem foi uma lei!”, reagiu o deputado Miguel Almeida. Admitiu, a seguir, porém: “o que está em causa é uma questão técnica que eu neste momento não sei responder”. E João Portugal “chutou” para canto: “não comento propostas que não são minhas”. Apesar das tentativas, efectuadas até ao fecho desta edição, não foi possível obter declarações do presidente da Câmara da Figueira, Duarte Silva.”
Estas dúvidas, que ainda hoje continuam por esclarecer, já existiam quando a proposta foi votada na Assembleia de Freguesia de São Pedro, em sessão realizada no dia 16 de Abril de 2009, pelas 21:30 horas, no edifício sede da junta de freguesia de São Pedro.
Como costumo praticar o “crime” de pensar pela minha cabeça e votar obedecendo à minha consciência e não por interesses políticos, populistas, demagógicos e/ou eleitoralistas de ocasião, tomei a posição que a minha consciência me impunha: abster-me.
Deste voto consciente, de que me orgulho, espero ser julgado pela história no futuro, com rigor e com verdade, coisa que um “Professor de História aposentado e autor de vários livros temáticos”, ainda que também coordenador de um livro apócrifo, não soube, não quis, não conseguiu, ou não lhe deixaram fazer.
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