Interrompo o silêncio a que remeti este espaço, para descanso do pessoal, para evocar uma pessoa modesta, bondosa, prestável e simples, das mais populares da Cova e Gala, que conheço desde que tenho memória, mas de que nunca soube o nome verdadeiro: o "mano" Bolas.Pela página do facebook da sua sobrinha Dina Calhau, tive conhecimento da triste notícia:
"Hoje o meu mundo ficou mais pobre, mas acabou o teu sofrimento meu Tio. Ainda ontem falaste comigo, vou lembrar para sempre da tua gargalhada, das nossas conversas. Sei que tudo fiz para te ajudar fui o teu apoio nestes últimos anos, cumpri a missão que o meu Paizinho me pediu tomar conta de ti ate ao fim hoje já estás na companhia deles até um dia meu querido Tio (Bolas)."
Com as pessoas que julgam ter o "rei na barriga", arrogantes, vaidosas e pedantes, aprendi o valor da humildade.
Com as simples, prestáveis e atenciosas, aprendi a ser grato.
Há pessoas que passam por nós, com quem aprendemos coisas práticas que nos facilitam a vida, que nos mostram a importância de ser útil aos outros, de forma espontânea desinteressada, amiga e sincera, fazendo-nos ver algo que tornaria o mundo muito melhor, algo que esta sociedade perdeu, ninguém ensina, nunca aprendemos e cada vez mais esquecemos: dar tempo e atenção aos outros.
Sempre gostei de bicicletas. Mas fui sempre um desastre em trabalhos manuais. Bastava ter um furo e ficava apeado...
Foi o "mano" Bolas que me salvou durante anos e anos. Primeiro na borda do rio, numa barraquita onde viveu com a sua companheira alguns anos, depois nas traseiras da casa do senhor Alberto motorista. Quando tinha um problema com a bicicleta era à "oficina" do "mano" Bolas, como a rapaziada do meu tempo carinhosamente o tratava, que recorria.
Deixei de o ver há algum tempo.
Tive agora conhecimento que morreu.
A Aldeia ficou mais pobre.
Morreu um Homem bom e prestável.
Quando assim acontece, "a humanidade não perde apenas mais um de seus membros, perde muito mais com a espera de um outro para preencher o lugar que bem poucos podem ocupar." (Valdeci Alves Nogueira).
Os meus sentimento à família.
Descansa em paz "mano" Bolas.

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