Via Diário as Beiras
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António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
No dia em que várias pessoas, a começar pelo ex-Provedor Edmundo Martinho, vão ser ouvidas na AR, saiu esta peça no Jornal Público
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João Miguel Tavares no Jornal Público: "... Ana Jorge é acusada de incompetência, é corrida do cargo à pressa para não ser indemnizada e depois é ameaçada de cometer um crime se deixar as funções que incompetentemente exerce. Não sei se Ana Jorge é má ou excelente provedora da Santa Casa. Mas isto eu sei: o tratamento de que foi alvo é uma absoluta obscenidade. O mundo da política pode ser feio, porco e mau, como o fillme de Ettore Scola, mas convém impor alguns limites ao descaramento. Quem trata pessoas assim não é gente séria."
Num estudo revelado a um mês do início das eleições europeias - que vão entre 06 e 09 de junho - a TI UE, analisando as declarações de interesses dos deputados portugueses ao Parlamento Europeu, pode ver-se o seguinte: as remunerações paralelas variam entre os 14 euros de Sandra Pereira (PCP), em senhas de presença numa Assembleia de Freguesia, e os mais de 68 mil euros anuais do recém-chegado Ricardo Morgado (PSD, em substituição de Cláudia Monteiro de Aguiar, que saiu para o Governo), como representante legal de uma instituição e que está na 27.ª posição dos maiores rendimentos declarados.
Um em cada quatro eurodeputados desempenha trabalhos paralelos remunerados fora do Parlamento Europeu, que ascendem a 8,6 milhões por ano. Portugal surge em 21º na tabela. Veja os nomes e os valores clicando aqui.
Imagem: daqui
Texto: Cátia Domingues/Humorista
«No 25 deAbril, por ocasião dos 50 anos da coisa mais bonita, o “Correio da Manhã" deu-nos a entrevista que se pedia. Não, não foi a Aurora Rodrigues, não foi a Isabel do Carmo, não.
O entrevistado foi Óscar Cardoso, inspector da PIDE, que teve a oportunidade de dar uma perspetiva diferente à História de Portugal. Parece que a policia política do Estado Novo, responsável por neutralizar toda e qualquer oposição ao regime, afinal era cá da malta e tem de beber este copo até ao fim, até ao fim. Segundo o próprio, as pessoas não foram torturadas pela PIDE. Foram, e cito, “chateadas” pela PIDE. E é verdade, há vários relatos de presos que sobreviveram ao encarceramento que dizem isso mesmo. O que os forçava muitas vezes a confessar não eram pauladas no lombo, despir e tocar nas mulheres interrogadas, simulação de afogamento, não. Porque isso configura tortura e a PIDE só aborrecia, como aquelas pessoas que falam alto no cinema. Um dos métodos mais comuns era o de ligar à hora de jantar para casa do suspeito para lhe falar da Endesa. Outro era a famosa tortura do sono que, como sabemos, consistia em estarem ossuspeitos a dormir e vir um pide e começar “estás a dormir? estás a dormir?”, ou quantas vezes o policia que estava a fazer o interrogatório não utilizava aquele método tão cruel como: “Vê lá este mergulho! Olha não estavas a olhar. Vê lá este”. Ou pensam que a escolha de prisões em Peniche ou em Caxias, ali à beirinha da praia, foi por acaso?
Óscar também revelou que os choques no corpo, que estão bem documentados, não eram tortura. Nas suas palavras, "faziam comichão". Sim, na medida em que podemos dizer que decepar um braço aleija. O Óscar quer fazer crer que as sessões de interrogatório da PIDE eram um daqueles momentos divertidotes no confessionário do “Big brother” em que entregam umas pulseiras que dão choques ao concorrente Flávio C., enquanto o fazem jogarJenga. Na mesma entrevista, Óscar revelou o seu voto, porque realmente nunca foi fã do voto secreto. Óscar votou no PAN. Estou a gozar. Foi no Chega.
Óscar também foi organizador de uma tropa secreta, criada pela PIDE nas ex-colónias, chamada Os Flechas, que parece o nome querido de um grupo de escuteiros-mirins que se dedicam a fazer fogueiras com duas pedrinhas, com a diferença de não serem marshmellows a grelhar: “metia-se a pólvora de uma bala em cima da cabeça do arguido em papel de tabaco, lançava-se fogo ao tabaco em cima do papel; não queimava a cabeça mas aquecia um bocadinho, dizíamos que era feitiço, eles ficavamhorrorizados, eles viam num espelho o fumo a sair da cabeça”. É pena que o Youtube tenha sido inventado anos depois, porque o Óscar tinha tudo para ser uma estrela das pegadinhas.
Mas esta não foi a primeira entrevista que o “Correio da Manhã” lhe fez. Já em 2016, o inspector da PIDE Óscar Cardoso foi alvo de perguntas bem pesadas por parte do jornal. “Incomoda-o que definam a sua vida pelos dez anos na PIDE-DGS?” Respondeu Óscar: “Foram os anos mais felizes da minha vida. Pelo contrário, tenho muito orgulho nisso”. Eu não sei se o “Correio da Manhã” já tem entrevistas pensadas para outros dias comemorativos, mas eu sugiro convidarem a Cruella de Vil para o Dia Mundial do Animal.»
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O bom senso de Kit Jones, via Diário as Beiras
“É mais do que eu mereço”, citando o título de uma das suas canções e referindo-se a tudo o que recebeu da Figueira da Foz, incluindo a medalha que o município lhe entregou ontem.
Hugo Soares: "pecado orginal" ou "erro de casting"? |
«Temos um brilhante ministro da Defesa que merecidamente ocupa o primeiro lugar no top das “gafes” governamentais. Aliás, este destaque dá igualmente sentido ao aforismo “poucos mas bons” que se aplica ao CDS/PP.
Numa penada, o intrépido Nuno Melo (uma espécie de MannyMãozinhas, como se viu quando protagonizou o número de aparafusar aplacado partido numa parede do Parlamento) conseguiu referir-se ao tratado do Atlético Norte e propor que os jovens delinquentes, em alternativa à pena de prisão, fossem obrigados a cumprir o serviço militar obrigatório.
O primeiro caso indica-nos que provavelmente o Atlético chegou a um acordo com o Oriental, o que é relevante para os alfacinhas no plano securitário, na medida em que a rivalidade existente entre os dois emblemas coloca problemas de ordem pública.
Já o segundo mostra-se que, em matéria de ideias disruptivas, Nuno Melo situa-se num patamar de rasgo inovador. A simples relação causa-efeito “portaste-te mal vais para a tropa” deve fazer corar de inveja os seus antecessores (porque raio não me lembrei eu disso!), perspetiva-se como um alívio para os diretores prisionais e alcandora-se ao pináculo da excelência.
Claro que surgiram de imediato uns botas de elástico a destruir a coisa, o que é corriqueiro, dado que os génios são sempre incompreendidos.»
"... Porquê? Porque espera que Miranda Sarmento goze de suficiente credibilidade perante os portugueses para pôr em causa a de Fernando Medina. É uma jogada deveras arriscada. Podemos desconfiar da competência de Medina para muitas coisas, mas não no que diz respeito a contas públicas. Para mais, foi o próprio Miranda Sarmento que tinha reconhecido a existência de um défice...
... a esmagadora maioria dos portugueses não tem formação em finanças públicas. Não consegue interpretar as recentes declarações do ministro das Finanças e sobretudo perceber se tem ou não razão. O mesmo para os esclarecimentos dados por Fernando Medina. Mas há aqui um padrão que todos podemos reconhecer: quando a direita chega ao poder, tem o costume de anunciar de forma veemente que as contas não estão bem. E a seguir parte para políticas de austeridade.
Isto já aconteceu várias vezes. Mas houve uma mudança a que o atual Governo não deu a devida atenção e que dficulta, desta vez, o uso da mesma receita, digo da mesma estratégia. António Costa, Mário Centeno e Fernando Medina não fizeram aquilo de que as governações socialistas costumam ser acusadas, ou seja, tiveram uma preocupação — que muitos, onde me incluo, consideraram excessiva — com as contas públicas.
A análise política tem neste momento uma importância fundamental. Digo com preocupação que contemplar o caos não adianta. É preciso encontrar fio à meada e puxá-lo bem."
Pedro Santana Lopes no Correio da Manhã
"Reduzir os impostos à lá IL. Aumentar as despesas públicas à lá PCP e BE. E, ao mesmo tempo, reduzir a despesa pública à lá Mário Centeno."
Da série, já se sabe quem vai desfraldar a bandeira da União Europeia em Marte: D Sebastião II
Via Revista Visão
Bugalho I
«Entusiasmado com a sua primeira intervenção pública enquanto cabeça de lista pela Aliança Democrática (AD) às eleições europeias, Sebastião Bugalho, com a habitual humildade, disse acreditar que a primeira bandeira em Marte terá as 12 estrelas da União Europeia e não as “sete quinas” da bandeira portuguesa. Como são cinco, e não sete, as quinas da bandeira, simbolizando os cinco reis mouros que D. Afonso Henriques bateu na Batalha de Ourique, há quem tema que, ao acrescentar mais duas, o candidato tenha dado um pretexto ao Presidente da República para colocar na sua lista de reparações pelo passado de Portugal mais dois reis, vítimas da violência lusitana.»
Bugalho II
«De Marte, o cabeça de lista da AD fez uma alusão, ainda que sob a forma de citação sem a correspondente identificação do autor, à Lua. A certa altura, no mesmo discurso, declarou: “Mas nós escolhemos fazer estas coisas não por serem fáceis mas por serem difíceis.” Uma frase do antigo Presidente norte-americano John F. Kennedy, dita a 12 de setembro de 1962, a propósito do desafio que era aterrar na Lua. Por cá, Sebastião Bugalho ainda nem chegou a Bruxelas, mas, como se percebe, já pensa noutros voos.»
Foi ator principal e secundário, vilão e bonzinho, sedutor e boémio, pobre e rico.
Trabalhou com o meu realizador português preferido, o Fernando Lopes. Também com o António Pedro Vasconcelos ou o José Fonseca e Costa"...
Mas...
"Já não há papéis para velhos.
"O 1º de Maio é uma boa ocasião para recordar que, nas últimas décadas, os salários em Portugal não têm acompanhado a produtividade, como o Paulo Coimbra tem sublinhado. Ouvimos frequentemente dizer que "é preciso criar riqueza para depois distribuir", mas o que tem aumentado é a desigualdade na distribuição funcional do rendimento."