«Itália, Espanha, Grécia lutam há anos com o excesso de turismo, que tem levado à descaracterização das cidades e brutal inflação e ao desespero dos próprios habitantes, expulsos da sua vida e residências por um mercantilismo avassalador de baixo nível. Valerá isto a pena face aos supostos lucros que o mesmo turismo traz? No livro Grande Hotel da Europa, que recomendo, um funcionário da Câmara de Amesterdão calcula que o turismo rende à cidade cerca de 64 milhões de euros por ano, mas, em contrapartida, o aumento das despesas em limpeza municipal, sobrecarga dos serviços de saúde e de policiamento, reparação de danos, entre outros, ascende aos 71 milhões, aos quais acresce o prejuízo causado pelo afastamento dos habitantes para as periferias. Discute-se um novo aeroporto, de custos astronómicos, para que mais milhões de turistas nos visitem e destruam o que ainda existe, sob o lema de que “o progresso é inevitável”; não seria mais produtivo investir na modernização do nosso sistema político e judicial e na desburocratização administrativa, promovendo assim o nosso real desenvolvimento? Com tantos exemplos europeus, será que não devemos parar e pensar no que queremos para o nosso país?»
Isabel Ribeiro, jornal Público
Lá está : Em Amesterdão fizeram o estudo. Cá, não.
ResponderEliminarPor cá temos como mais essencial pagar estudo de 70.000€ para saber quem criou mais dívida, algo que só interessa aos egos dos envolvidos.
E é isto caralhete.