segunda-feira, 8 de julho de 2024

Maioria dos barcos de pesca portugueses está envelhecida

Três vítimas de naufrágio na costa da Marinha Grande foram sepultadas este sábado na Figueira da Foz. 
O Presidente da República esteve presente e homenageou pescadores e famílias. 
Buscas por desaparecidos prosseguem.
Via
Jornal de Notícias
«Alexandre Mendes, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Centro (STPC), confirma que a maioria dos barcos está a necessitar de se modernizar. “É a mesma coisa que ter um carro com 30 anos”, exemplifica. Contudo, lamenta que os apoios do Mar 2030 sejam muito reduzidos para substituir um barco envelhecido por um novo. 
“Uma embarcação com equipamentos novos tem um custo elevado e não está ao alcance dos armadores fazerem essa atualização”, sublinha. “O barco que naufragou, se calhar, custa 1,5 milhões de euros”
O coordenador do STPC manifesta, sobretudo, preocupação com as famílias dos três pescadores que morreram no naufrágio, por terem ficado “sem ganha-pão”, tal como eventualmente sucederá com as dos três desaparecidos. 
Critico em relação às declarações de responsáveis políticos sobre a importância da pesca e dos pescadores nos momentos de tragédia, denuncia o “desinvestimento e a destruição do setor, a perpetuação de baixos rendimentos e as condições de trabalho indignas”. “É injustificável que a profissão de pescador não tenha um salário mínimo, deixando cada profissional à mercê das circunstâncias diárias da faina”, defende Alexandre Mendes. 
“Simultaneamente, acumulam-se os lucros dos que vivem à custa da especulação do preço do pescado”. A título de exemplo, refere ao JN que “a sardinha é comprada no supermercado a 6,7 ou 8 euros o quilograma, quando na lota não chega a um euro”

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