Naquele já longínquo 1º de Maio de 1974, pela primeira vez, celebrei O DIA DO TRABALHADOR, em Liberdade.
Tinha 20 anos de idade.
Na verdura e ingenuidade dos meus 20 anos, acreditei na Liberdade recentemente conquista, na Democracia e nos Portugueses.
O 1.º de Maio de 1974, levou milhões de portugueses às ruas.
Celebravam a Liberdade e a possibilidade de uma mudança económica e social que, afinal, continua por concretizar...
Esses milhões de portugueses foram os verdadeiros protagonistas do primeiro 1.º de Maio, depois do 25 de Abril!
Passaram 50 anos. Portugal entrou numa nova
fase da sua já longa existência de nove séculos
enquanto Estado independente e reconhecido
como tal.
Em Abril de 1974, um golpe militar desencadeado por um
setor mais activo e consciente de umas Forças
Armadas, física e moralmente exaustas com 13 anos de uma
Guerra Colonial sem fim à vista, que não fosse o da derrota
face aos movimentos de libertação das colónias africanas, derrubou uma longa ditadura de
48 anos e devolveu ao País a liberdade e uma esperança
no futuro.
Muito se tem dito, escrito, filmado e narrado, sobre essa que é a data capital da
segunda metade do século XX português (as da primeira
metade correspondem à Implantação da República, ao 5
de outubro de 1910, e ao golpe do 28 de Maio de 1926,
que impôs a ditadura).
50 anos depois avançámos muito. Porém, os portugueses foram-se deixando levar por oportunistas que, recorrendo à mentira sistemática, tomaram o poder para destruir as conquistas de Abril.
No ar, pairam fantasmas ameaçadores de um saudosista regresso ao passado.
Espero que os portugueses, hoje, consigam vir para rua gritar, sem qualquer problema: viva a Liberdade, viva a Democracia, viva o 25 de Abril, viva o 1º. de Maio!
De recuo em recuo já chegámos aqui, de novo: ao rico tudo é permitido.
Não há direitos para o pobre.
O Estado esmaga o oprimido.
O crime do rico, a lei o cobre!..
Viva o 1º de Maio, viva o 25 de Abril, viva a Liberdade!
ResponderEliminarNa verdade, começámos a recuar muito cedo. Demasiado cedo. Tão cedo que, agora, nos vemos confrontados com o que vemos. E o que agora vemos não é mesmo nada bonito, nem promissor para os trabalhadores e pensionistas portugueses.
Feliz 1º de Maio!