«"PM foi demitido por PGR. E PGR não tem noção do gravíssimo dano ao país". Lucília Gago "deveria abandonar o cargo" por ter colocado a imagem do país "ao nível dos piores do Terceiro Mundo".
Quem afirma isto é o antigo líder do PSD. Mas, Rui Rio foi mais longe: acusou a procuradora-geral da República (PGR), Lucília Gago, de ter cometido um "gravíssimo dano" ao país ao colocar "aquele parágrafo" no comunicado que originou a demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro.
"Na prática, o PM [primeiro-ministro] foi demitido pela PGR. E essa mesma PGR não tem noção do gravíssimo dano que provocou ao país, quando em todo o mundo se noticiou que o PM português se demitiu devido a suspeitas de corrupção. Isto põe a nossa imagem ao nível dos piores do Terceiro Mundo. É muito, muito mau", disse o também ex-presidente da Câmara Municipal do Porto em entrevista ao Jornal de Notícias (JN).
Perante isso e outros factos, como o Ministério Público (MP) ter mantido "um membro do Governo sob escuta durante quatro anos", defende Rui Rio que Lucília Gago "deveria abandonar o cargo".
"Tudo isto seria inaceitável num verdadeiro regime democrático. E, por isso, para mim, é evidente que deveria abandonar o cargo, mas, no Portugal contemporâneo, a sua permanência não será assim tão fora do comum", realçou.
Ainda sobre a Operação Influencer, o social-democrata admite que a situação fragiliza o PS, mas garante que "fragiliza muitíssimo mais o Ministério Público". E revela que também é da opinião que "o Presidente da República se precipitou" ao dissolver a Assembleia da República.
"Fragiliza o PS, como é evidente, mas fragiliza muitíssimo mais o Ministério Público. Mesmo considerando que o Presidente da República se precipitou - e eu tenho essa opinião -, a origem da crise é o MP, que faz o que quer e como quer e nem se digna a dar uma explicação aos portugueses. Uma arrogância própria dos poderes absolutos, que é como o MP se sente ao não ter de responder por nada a ninguém, a não ser a si próprio. Como já há muito tenho vindo a dizer, para mim, isto não é minimamente aceitável num Estado de direito democrático", concluiu.»
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