O Velho continente, a Europa, encontra-se numa encruzilhada.
«A recente aprovação em França da lei da imigração revela o beco sem saída em que se encontra o Velho Continente. (...) Chegou o momento em que não há como esconder o problema. Os cidadãos, mais uma vez, irão mostrar nas urnas se Macron e outros líderes europeus estão a contribuir para a solução - ou apenas a dar trunfos aos mais extremistas».
Tem toda a pertinência este trabalho publicado na edição de hoje do Diáio as Beiras.«Ninguém sabe
quantos estrangeiros
residem no concelho
da Figueira da Foz, sendo certo que são vários
milhares, de mais de 40
nacionalidades.
Por outro lado, sabe-se que a
maioria dos imigrantes
são oriundos da América
do Sul, sobretudo brasileiros.
As maiores vagas
migratórias aconteceram
em 2022 e 2023.
O maior número de imigrantes concentra-se nas
freguesias de Buarcos e
S. Julião e Tavarede e na
freguesia rural de Marinha das Ondas.
Os novos residentes, vindos de todos os continentes, estão a inverter o saldo demográfico negativo
que se vinha verificando
no concelho – e no país –
há cerca de duas décadas,
devido à descida da taxa
de natalidade e à emigração.
A chegada massiva de imigrantes, obrigou, neste ano letivo, os agrupamentos escolares a criarem 13 novas turmas. Em Tavarede, teve de ser reaberta uma escola do 1.º ciclo que havia sido encerrada há vários anos por falta de alunos. Na Marinha das Ondas, onde reside uma expressiva comunidade asiática, maioritariamente nepaleses, o relativamente recente centro escolar já se tornou pequeno.
Os figueirenses, habituados a conviver com turistas de várias latitudes
do mundo, recebem bem
os estrangeiros. Contudo, não obstante a hospitalidade figueirense, já
se ouvem vozes críticas
em relação aos efeitos da
quantidade de imigrantes. Em particular, no mercado de arrendamento de
habitação.
Grande parte dos contratos de trabalho dos imigrantes são de curta duração e, por isso, sem direito a subsídio de desemprego. Pior ainda: “Há muitos casos de exploração laboral”. “Muitos imigrantes começam a trabalhar clandestinamente”. Os patrões geram e gerem (falsas) expetativas sobre os contratos de trabalho. “Quando os trabalhadores pressionam o patrão para legalizar a sua situação laboral, são despedidos e, em muitos casos, sem receber o último salário”.
O Município da Figueira
da Foz está a acompanhar
os efeitos da pressão migratória no concelho. O
principal, que também
afeta figueirenses, é a falta
de habitação.
O presidente da câmara,
Santana Lopes, defendeu
que a situação “exige a
resposta devida do município, na área da educação, da segurança social e
da saúde”.
Para o autarca, a conjuntura criada pela chegada
de imigrantes, de todos
os continentes, “exige um
esforço [financeiro] grande”. “É uma realidade
multifacetada que exige
um esforço considerável.
São cidadãos que vivem
cá e nós temos de dar a
resposta, em respeito pela
lei”.
A falta de habitação,
afirmou Santana Lopes,
“é motivo de grande preocupação”. Todavia, ressalvou: “Estamos a fazer
um trabalho na área da
habitação com rendas
acessíveis, e estamos a
ver a questão jurídica do
subarrendamento, para
disponibilizar habitação
para as pessoas”.»
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