quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Orçamento de 94,1 milhões de euros para 2024 foi aprovado


Via Notícias de Coimbra

"A Câmara da Figueira da Foz aprovou hoje o orçamento municipal para 2024, no montante de 94,1 milhões de euros, depois de ter havido garantias de se incorporar algumas propostas do PS na primeira revisão orçamental.
O presidente da autarquia, Pedro Santana Lopes, eleito pelo movimento Figueira a Primeira, que detém a maioria na Câmara, aceitou incluir no documento várias propostas apresentadas pelos vereadores do PS, que é maioritário na Assembleia Municipal.
Por proposta dos socialistas, o orçamento vai incluir uma linha de apoio de 35 mil euros para comparticipação de rendas à habitação de famílias carenciadas que não consigam apoio através da Segurança Social, por situações que não sejam da sua responsabilidade.
O executivo liderado por Santana Lopes aceitou também reduzir o preço dos bilhetes no Centro de Artes e Espetáculos (CAE) em 50% do seu valor para jovens até aos 25 anos, numa medida de apoio e incentivo à cultura.
O aumento de verbas nas transferências para as Juntas de Freguesia consta também do pacote socialista apresentado na reunião de quarta-feira, que teve continuidade na tarde de hoje para efetivar a negociação.

“São propostas que, para permitir a sã convivência, podemos acolher”, salientou Santana Lopes, que pretende “estabilidade e equilíbrio orçamental na vida financeira do município”, numa altura em que “se vive uma instabilidade profunda”.

O autarca frisou que não se trata de um “orçamento de rutura, nem de mudanças drásticas, mas de um documento que procura assegurar estabilidade de vida aos figueirenses”.
Segundo o presidente da autarquia, os investimentos municipais serão efetuados com recurso aos programas de financiamento e “pouco a capitais próprios”.

Como principais investimentos, o orçamento para 2024 apresenta investimentos de cerca de 10 milhões de euros nas zonas industriais do concelho, 1,2 milhões de euros em três piscinas municipais, 4,5 milhões de euros no programa de reabilitações municipais, no âmbito do programa 1.º Direito, e 3,6 milhões de euros para a construção da Ponte Eurovelo sobre o rio Mondego, embora Santana Lopes entenda que este investimento tem de ser assumido pelo poder central.

Na apresentação do documento, a vice-presidente Anabela Tabaçó destacou o aumento de 15,18% nas receitas correntes, com destaque para os impostos diretos que sobem de 23 milhões de euros para 26,3 milhões de euros.

As ações financiadas totalizam 20,2 milhões de euros.

As despesas correntes também aumentam, sobretudo com o pessoal, que sobem 11,80%, passando de 16,9 para 18,9 milhões de euros, e nos juros e outros encargos, que representam um aumento de 136% [de 272.587 para 645.255 euros].
O executivo estima um saldo de gerência de 2023 na ordem dos 15 milhões de euros.

Na sessão de hoje, foi ainda aprovado, por maioria, com a abstenção do PS, a redução da participação variável do IRS para 3% para os jovens até aos 35 anos, seguindo o modelo adotando pelo Governo, mantendo-se em 3,5% para os restantes contribuintes."

Ninguém está livre

"MP iliba Siza Vieira, Medina e Duarte Cordeiro no caso dos ajustes diretos"

Em causa alegados ajustes diretos irregulares e eventual violação das regras da contratação pública.

Passo a citar uma Senhora:
"E eu pergunto a todos os jornalistas, comentadores e tropa fandanga dos partidos que perseguiram aquelas pessoas a perguntar-lhes, de forma massacrante, se tinham condições para continuarem no Governo e que andaram a perorar contra a fraca qualidade dos ministros que Costa escolheu, o que vão agora fazer?
Nada?
Vão assobiar para o lado e fazer de conta que não se portaram miseravelmente?
E onde o destaque dado a isto? Não deveria ser dado igual destaque ao que, na altura, deram ao lançar lama sobre pessoas contra as quais, afinal, não há quaisquer indícios de práticas ilícitas?
E à tropa fandanga do Ministério Público que tem andado a queimar a reputação de gente séria e digna, lançando difamação sobre difamação, sobre políticos honestos, uma vez mais não vai acontecer nada?
E o Presidente da República que tanto fez para queimar a maioria absoluta, a que, desrespeitosamente, chamou 'requentada', como assiste a isto?
Agora que por duas vezes dissolveu a Assembleia da República, desrespeitando o voto dos Portugueses, e que permitiu e alimentou o reforço do populismo e da justicialização da política, fica calado?
Depois de ter feito o que fez, agora é que acha que deve ficar calado...?
O que Marcelo fez tem tradução directa no aumento das intenções de voto no Chega, na degradação do nível e da qualidade democrática na política portuguesa. E fica calado? Não nos pede desculpa?
Quanto a Lucília Gago, já sabemos: nada disto lhe assiste, segundo ela não é responsável por coisa alguma.
Uma tristeza.
Lucília Gago, a senhora que já fez saber, alto e bom som, que, haja o que houver, ela não é responsável por coisa alguma. Portanto, se alguém tem que responder pela continuada pouca-vergonha, esse alguém não é ela.
Uma vergonha, tudo isto.
Nem me apetece dizer mais nada."

Animação de Natal começa amanhã em vários pontos do concelho

Via Diário as Beiras

"A animação de Natal começa amanhã, em diversas zonas do concelho, com destaque para o Parque de Natal, no Parque das Gaivotas, na cidade. Esta zona de diversões para toda a família mantém-se até 14 de janeiro. Por seu lado, o jardim Fernando Traqueia, em Buarcos, é animado pelo Mercadinho de Natal, de 1 a 22 de dezembro.

Entretanto, o programa de descentralização de atividades culturais CAE Fora de Portas, promovido pelo Centro de Artes e Espetáculos (CAE) da Figueira da Foz, leva concertos de Natal, de 1 a 10 de dezembro, a vários locais do concelho.
Aquele equipamento municipal, de resto, tem uma programação de Natal para todos os públicos. O cartaz inclui o espetáculo infantil “Quebra-nozes”, no dia 10 de dezembro."

O estado da doença

"Atentem no número e na percentagem, atentem nas cumplicidades orçamentais. Atentem na separação entre financiamento público e provisão crescentemente privada. Atentem então nas iniciativas liberais de construção, inevitavelmente política, do capitalismo da doença. 

É sabido que os capitalismos realmente existentes nunca prescindiram dos Estados. Nem doses cavalares de ideologia obscurecem hoje esta articulação. Isto é particularmente visível na área da saúde, uma das que mais está fadada a crescer por razões demográficas, tecnológicas e por tantas outras: sem Estado não existe o igualitário SNS, mas também não existe o desigual capitalismo da doença que o corrói. 

Como assinalou Isabel Vaz, quando estava no BES-Saúde, melhor negócio só a indústria de armamento. E esta também está em crescimento..."

Daqui

Entre o aprofundanto do rio e a invasão há muito anunciada do mar

Ao que parece, mesmo em fim de linha, o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba deixou uma grande notícia aos figueirenses: "o concurso público para o aprofundamento do canal de navegação do porto comercial e da barra deverá ser lançado em Janeiro do próximo ano."

“É uma obra importantíssima para a economia da Figueira da Foz e da região”, sublinhou ontem no decorrer de uma reunião de câmara o presidente de câmara da Figueira da Foz, manifestando-se “muito contente” por avançar uma das suas reivindicações desde que iniciou o mandato.

Aos jornalistas, o autarca lembrou que se trata de uma obra “com dinheiro desde o período anterior à pandemia da covid-19” e que tinha sido retirado. 

“É dinheiro que volta à Figueira da Foz”, sublinhou.

O aprofundamento do canal de navegação vai permitir a atracagem de navios de maior calado no porto, que nos primeiros nove meses deste ano movimentou 1.535.500 toneladas, menos 9,1% relativamente ao período homólogo de 2022.

A intervenção prevista vai permitir a entrada de navios até 140 metros de comprimento e oito metros de calado, quando actualmente só permite a acostagem de navios com 120 metros de comprimento e 6,5 metros de calado.


No mesmo concelho da Figueira da Foz, uns 4 ou 5 quilómetros para sul, existe um enorme desastre ambiental, que faz andar com o "coração nas mãos", há muitos anos, os moradores da zona.

Sim estou a referir-me ao "Quinto Molhe" que, até Março, vai ser local de peregrinação dos políticos que certamente irão a andar por aí em campanha eleitoral.

Todos sabemos, que a ocupação desordenada do litoral contribuiu para situações de desequilíbrios e fenómenos de erosão costeira que têm vindo a pôr em causa a segurança de pessoas e bens.

Foi o que aconteceu,  a sul do porto da Figueira da Foz, depois das obras do prolongamento do molhe norte em 400 metros, onde nos últimos anos se agravaram os efeitos erosivos.

A obra, considerada fundamental pelas cabeças pensadoras da tutela e da comunidade portuária, visava a melhoria das condições de acessibilidade ao porto da Figueira da Foz.

Porém, isso não aconteceu. Os acidentes entretanto ocorridos à entrada da barra, depois de 2011, provam isso. A agravar, desde o prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto comercial, um investimento de 14,6 milhões de euros, inaugurado em 2011, a erosão nas praias a sul acentuou-se, com destruição da duna de proteção costeira em vários locais, com especial ênfase na praia da Cova, alvo de duas intervenções de emergência nos últimos anos.


O prolongamento do molhe norte e a erosão a sul tem sido um brutal sorvedouro de dinheiros públicos. Com o aprofundamento do canal de navegação do porto comercial da barra, que deverá ser lançado em Janeiro do próximo ano, lá irão mais uns milhões.

Entretanto, ao que parece, a panaceia para atenuar sustentavelmente a erosão a sul existe, já foi estudada e alvo de consenso: chama-se bypass.

Sabe-se, porque foi estudado, que a transferência de areias para combater a erosão costeira a sul da Figueira da Foz, com recurso a um sistema fixo (bypass) é a mais indicada.

“Avaliada esta solução [da transferência de areias] não há qualquer dúvida de que o bypass é a mais indicada e, por isso, vamos fazê-la”, veio dizer aos figueirenses o então ministro João Pedro Matos Fernandes, em meados do mês de Agosto de 2021, curiosamente a mês de umas eleições autárquicas que se advinhavam difíceis para o PS, o que acabou por se concretizar.

Carlos Monteiro foi derrotado por Santana Lopes.


De palpável, passados mais de dois anos, tirando o estudo que situa o investimento inicial com a construção do bypass em cerca de 18 milhões de euros e um custo total, a 30 anos, onde se inclui o funcionamento e manutenção, de cerca de 59 milhões de euros, nada mais aconteceu.

“Obviamente que o que temos, para já, é um estudo de viabilidade, económica e ambiental. Temos de o transformar num projecto, para que, depressa, a tempo do que vai ser o próximo Quadro Comunitário de Apoio, [a operação] possa ser financiada”, disse o ministro em Agosto de 2021.

E assim ficámos: o sistema fixo de transposição mecânica de sedimentos, conhecido por bypass, cuja instalação o movimento cívico SOS Cabedelo defende, há mais de uma década, que seja instalado junto ao molhe norte da praia da Figueira da Foz continua a ser uma miragem.

E assim vai continuar. A prova disso é que, há poucos dias, O Livre viu “chumbada” a proposta sobre a inscrição da instalação do bypass (sistema mecânico de transposição de areia) na barra da Figueira da Foz no Orçamento do Estado de 2024. 

Penso que presumem quem evitou isso: os votos contra da maioria absoluta do PS na Assembleia da República. O PAN absteve-se e os restantes grupos parlamentares votaram a favor.

Passadores de moeda falsa... "São a favor do Bypass mas votam contra a sua implementação..."
Imagem via Sos Cabedelo

Se o Orçamento da República para 2024, com tantos milhões da Europa, não teve estofo para acomodar a solução proposta, que “já foi avaliada pela Agência Portuguesa do Ambiente como a melhor solução, quer a nível técnico quer a nível económico, considerando um horizonte temporal de 30 anos”, quando é que isso poderá acontecer?


Como parece que ninguém se importa com o assunto, como morador a sul do Mondego, resta-me a tristeza de constatar que a merda grossa, merda da boa, a bela cagada obrada pelos cagões da Figueira e de Lisboa, não vai ser limpa.

A enorme borrada (que a foto mostra) vai continuar a poder ser vista. 

É triste presumir que, maioritariamente,  ao votar em Março próximo, os eleitores do sul, com o seu voto, como tem acontecido, vão continuar a comprometer um bocado a possibilidade de resolução do problema, que o mesmo é dizer, vão perpetuar a enorme cagada que torna este País difícil de habitar, tal é o cheiro.

Apesar deste texto terminar um tanto ou quanto brejeiro e brincalhão, o assunto é sério.

E, sobretudo, inquietante.

Concurso para aprofundamento do Porto da Figueira da Foz previsto para Janeiro

Segundo o Campeão das Províncias, "o presidente da Câmara da Figueira da Foz revelou que o concurso público para o aprofundamento do canal de navegação do porto comercial e da barra deverá ser lançado em Janeiro do próximo ano."

A informação foi dada por Pedro Santana Lopes no decorrer da reunião de Câmara extraordinária realizada ontem. Na oportunidade, o presidente da câmara disse «ter recebido a garantia da Administração do Porto da Figueira da Foz e do ex-ministro das Infraestruturas João Galamba.

“É uma obra importantíssima para a economia da Figueira da Foz e da região”, salientou o autarca eleito pelo movimento Figueira a Primeira, manifestando-se “muito contente” por avançar uma das suas reivindicações desde que iniciou o mandato.

Aos jornalistas, o autarca lembrou que se trata de uma obra “com dinheiro desde o período anterior à pandemia da covid-19” e que tinha sido retirado. “É dinheiro que volta à Figueira da Foz”, sublinhou.

O aprofundamento do canal de navegação vai permitir a atracagem de navios de maior calado no porto, que nos primeiros nove meses deste ano movimentou 1.535.500 toneladas, menos 9,1% relativamente ao período homólogo de 2022.

A intervenção prevista vai permitir a entrada de navios até 140 metros de comprimento e oito metros de calado, quando actualmente só permite a acostagem de navios com 120 metros de comprimento e 6,5 metros de calado.

O presidente da Câmara da Figueira da Foz anunciou ainda que “está por dias” a adjudicação dos estudos económico da marina, que poderá passar pela ampliação da actual e a construção de uma nova infraestrutura na zona do Cabedelo (sul).»

A reunião extraordinária de ontem, cujo principal ponto era a aprovação do Orçamento e Grandes Opções do Plano para 2024, vai ter continuidade na tarde de hoje, quinta-feira, pelas 17 horas, para que o Executivo analise a eventual inclusão de propostas do PS, que está em minoria naquele órgão, mas detém maioria absoluta na Assembleia Municipal.

Quer ver basquetebol e comer tremoços e pevides de borla?..

"Esta sexta-feira, pelas 16H30, defrontam-se o Ginásio Clube Figueirense e o Beira-Mar, no pavilhão Galamba Marques, com entrada livre. A direção do clube anfitrião decidiu oferecer pevides e tremoços a quem assistir à partida. “A iniciativa surgiu de um desafio que nos foi feito e achámos interessante recriar a tradição”, disse a presidente do Ginásio, Ana Rolo, em declarações o DIÁRIO AS BEIRAS. Se resultar, a tradição poderá estar de volta, mas os tremoços e as pevides terão de ser pagos." 

Isto é tão fácil de ver...

O dia em que o doutor Roque da Cunha desmontou o doutor Montenegro Cardoso

"Jorge Roque da Cunha, comissário político vitalício do PSD no sindicato dos médicos, que só vai à luta quando o partido a que pertence é oposição, já a prever os 0% que vai receber caso o camarada Luís Montenegro se alce a primeiro-ministro, aceitou do Governo do Partido Socialista 14,6% dos 35% que pedia de aumento

E não há maior prova da honestidade das propostas do PSD de Luís Montenegro que esta."

terça-feira, 28 de novembro de 2023

A irrelevância do concelho da Figueira da Foz para o PS

Vão decorridos quase dois anos (15 de Janeiro de 2022), que expliquei no OUTRA MARGEM o que aconteceu ao PSD Figueira, de 2007 para cá, que desembocou no miserável resultado autárquico de 26 de Setembro 2021.

Dois dias depois depois, em 17 de Janeiro de 2022, com a ajuda da entrevista de Raquel Ferreira à Figueira TV, procurei ajudar a compreender a realidade da política figueirense.
A entrevista dada à Figueira TV pela  Raquel Ferreira, uma deputada do PS, passada e futura, que a estrutura partidária local e distrital fez flutuar no vácuo, demonstrou que nos chamados partidos do poder, não há, nunca houve em 47 anos de eleições democráticas, uma visão global para a Figueira, nem da parte do PS, nem da parte do PSD.

O importante são as lógicas pessoais de poder. 
Interessa é o contolo estratégico do Partido. 
Carlos Monteiro, quando chegou a presidente de câmara, deslumbrou-se. Só tarde e a más horas - depois de ter perdido as eleições de 26 de Setembro de 2021 - percebeu que estava a lidar com um monstro. Verificou que sem poder autárquico para poder distribuir as prebendas, era muito difícil e complicado controlar um aparelho partidário interesseiro e voraz, que o via e utilizava - a ele, Carlos Monteiro - apenas como um meio de atingir os seus fins.

Em Janeiro de 2022, o PS  Figueira de Carlos Monteiro encontrava-se na situação em que Duarte Silva, em 2009,  "matou"  o PSD Figueira, com um aparelho partidário controlado por Lídio Lopes, hiper-voraz, mas já sem poder autárquico.

Na Figueira, hoje, temos Santana Lopes no poder, sem ter necessitado dos aparelhos partidários para lá chegar. Santana mostrou que os aparelhos partidários do "centrão", na Figueira, valem pouco e são descartáveis.
Nas próximas eleições, por ser mais confortável, estou em crer que Santana Lopes (se for candidato) vai voltar à "barriga da mãe".

Vou arranjar mais uns "inimigos" no PS figueirense, a juntar ao rol. Mas é o que penso, por isso não vai ficar por dizer.
O PS Figueira, por enquanto,  encontra-se (quase) num beco sem saída.
Este chumbo do PS nacional da inscrição da instalação do bypass (sistema mecânico de transposição de areia) na barra da Figueira da Foz no Orçamento de Estado de 2024, mostrou o quanto o nosso concelho é irrelevante para o PS. Espero que saia caro a quem é responsável político por isso.

O eleitorado tem de abrir os olhos. A reconquista da credibilidade dos políticos e partidos do "arco do poder", na Figueira, tem de passar por uma porta estreita - que é a da coerência com que praticam aquilo que proclamam.

Desaparecido em combate?..

Lembram-se da última vez que o presidente Marcelo apareceu?..

Alegria...

Imagem via Diário as Beiras

Nota de rodapé.

Pela imagem, dá para ver que os protagonistas estão alegres e bem dispostos.
Porém, como escreveu José Eduardo Agualusa, escritor angolano, in "Barroco Tropical",  "há quem confunda a alegria com a felicidade. A alegria não se parece com a felicidade, a não ser na medida em que um mar agitado se parece com um mar plácido. A água é a mesma, apenas isso. A alegria resulta de um entorpecimento do espírito, a felicidade de uma iluminação momentânea. O álcool pode levar-nos à alegria - ou um cigarro de liamba, ou um novo amor - porque nos obscurece temporariamente a inteligência. A alegria pode, pois, ser burra. A felicidade é outra coisa. Não ri às gargalhadas. Não se anuncia com fogo de artifício. Não faz estremecer estádios. Raras são as vezes em que nos apercebemos da felicidade no instante em que somos felizes."

Paulo Raimundo ontem à noite na CMTV: "com aquele comício o PSD tentou pôr o conta-quilómetros a zero"

Numa entrevista dada ontem à CMTV, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo garantiu que o partido "nunca faltará para dar contributos positivos" e apelou a que não peçam aos comunistas "para mudar de opinião e de caminho".
Na opotunidade abordou a queda do Governo chefiado por António Costa, nestes termos. 
"Com maioria absoluta e excedente orçamental, o PS desbaratou a maioria, as condições e o Governo. A política adotada não deu resposta aos problemas nos salários, na saúde e na habitação"
O líder comunista criticou as propostas dos sociais-democratas relativas ao aumento de pensões. "As pessoas não se esqueceram do voto do PSD sobre as pensões. Estamos numa fase que parece a Black Friday das promessas", sublinhou. "O PSD tentou com aquele comício - e não é por acaso que eu estou a chamar comício - pôr o conta-quilómetros a zero, passar uma esponja nas suas responsabilidades passadas e avançar com mais uma chuva de promessas".
O secretário-geral do PCP recordou que PSD "há poucos dias recusou propostas da bancada comunista nesse sentido durante a votação do Orçamento do Estado para 2024. "Não vale a pena nós recuarmos oito anos atrás para lhes lembrar o corte que eles fizeram nas reformas e nas pensões. Recuemos apenas alguns dias, quando o PSD, na Assembleia da República, perante a proposta que o partido (PCP) avançou de aumentos de reformas e pensões de 7,5%, com um aumento mínimo para todas as reformas e pensões 70 euros", disse Paulo Raimundo.
"O PSD teve aí uma oportunidade para fazer vingar essa sua promessa. E o que é que fez? Aliou-se ao PS, aliou-se ao Chega e à Iniciativa Liberal, uns [com votos] contra, outros, abstendo-se, e, no fim, a nossa proposta foi chumbada", lamentou o líder comunista.
Paulo Raimundo acredita no crescimento do partido "no número de votos e de deputados", sem adiantar por que círculo eleitoral será "cabeça de lista". "Ainda estamos a discutir", explicou.
O objetivo dos comunistas passa por "recuperar os cinco mandatos perdidos" nas últimas eleições.
Sobre a demissão de António Costa, motivada pela investigação do Supremo Tribunal de Justiça ao primeiro-ministro, Paulo Raimundo pediu apenas "que seja tudo clarificado dentro do tempo da justiça", mesmo que tal não aconteça antes das eleições.

Troca de Passos por Cavaco pode ser de alto risco para Luís Montenegro

Via Diário de Notícias

«...um discurso à hora dos telejornais em que o presidente do PSD apresentou prioridades dirigidas a pensionistas e a professores contrastaria com a presença de Pedro Passos Coelho caso tivesse sido o mais recente primeiro-ministro social-democrata a surgir de surpresa no encerramento do 41.º Congresso do PSD, há dúvidas sobre se a mudança da principal referência nas opções políticas de Luís Montenegro garantirá ou não bons resultados. 

 Reconhecendo o descolamento em relação a Passos Coelho, André Azevedo Alves, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, adverte que as mensagens de Luís Montenegro para recuperar "segmentos de eleitores que o PSD perceciona ter perdido" poderão constituir "uma jogada de alto risco". "Arrisca-se a perder votos à direita por fazer estas promessas aos professores e aos pensionistas. E tenho dúvidas de que os ganhos nos funcionários públicos e nos pensionistas compensem", refere, identificando dois grandes riscos: as medidas poderem serem vistas como "desespero por já não saber o que fazer em vez de ter uma estratégia consolidada" para que o PSD aumente intenções de voto que se mantêm contidas, apesar da demissão de António Costa, na sequência da Operação Influencer, e o "risco de tudo isto parecer postiço" quando o PS "abandonou a imagem de completa irresponsabilidade orçamental"que teve com José Sócrates"

domingo, 26 de novembro de 2023

Mário Neto ausentou-se há 6 anos

Amanhã, passam 6 anos sobre a morte de um dos figueirenses mais cultos, inteligentes, interessantes e discretos que conheci: 
Mário António Figueiredo Neto.
Porventura, o seu nome hoje pouco ou nada dirá nesta "Figueira - montra de vaidades" em que vivemos.

Há cinquenta anos, um jovem que pretendesse cultivar-se e não tivesse a possibilidade de tirar uma licenciatura, só tinha uma hipótese: procurar juntar-se aos melhores e  mais cultos da sua cidade.
Foi o que fiz. E foi isso que mudou a minha vida.
Na Figueira da Foz, no dia 10 de Novembro de 1977, viu a luz do dia o primeiro número de um novo projecto jornalístico que, então, gerou enorme expectativa e que ainda hoje é recordado por muita gente do concelho e não só.
Foi o Barca Nova, onde me iniciei nas lides jornalísticas.

Mas, não é de mim que quero falar. 
Entre os seus fundadores e colaboradores estavam nomes de referência da jovem Democracia saída do 25 de Abril de 1974.
Já faleceram alguns. Começou com Ruy Alves. Mas, entretanto a lista foi aumentando: Jorge Rigueira, Gilberto Vasco, Cerqueira da Rocha, Leitão Fernandes, Luís Falcão, Orlando Carvalho, José Penicheiro, Adelino Tavares da Silva, Carlos Alberto Amorim, Waldemar Ramalho, Luís de Melo Biscaia, Vasco Gonçalves, Joaquim Namorado, José Martins e Armando Correia.
No dia 27 de Novembro de 2017 foi mais um: o Mário Neto, de seu nome completo, Mário António Figueiredo Neto.

Conheci o Engenheiro Mário Neto antes do Barca Nova
Foi meu professor na Bernardino Machado, quando andei a estudar à noite. 
Grande Homem, grande professor, estudioso, discreto e culto. 
Foi também professor universitário.  
Depois, fomos companheiros de redacção no Barca Nova
Foi um militante antifascista, antes do 25 de Abril de 1974. Devido a isso foi preso político. 
Nos últimos anos da sua vida, encontrava-o no café onde continuava a passar as tardes como sempre o conheci: a estudar e a recolher dados, sempre acompanhado de livros e jornais. 
Era um fanático das estatísticas e do estudo sério e aprofundado de todas as questões. Aprendi muito com ele no final da década de 70 e princípio da década de 80 do século passado. 
Foi deputado na Assembleia Municipal da Figueira da Foz. 

Mário Neto era dos que acreditava que para defender e lutar pelos nossos interesses, não é necessário sobrepô-los aos legítimos interesses dos outros. 
Nem consentir que os interesses dos outros se sobreponham aos nossos legítimos interesses.
Aprendi com ele, que para defender os interesses locais era preciso sensibilizar a opinião pública para os principais problemas existentes. 
Para isso, é preciso informar. Fazer-se eco das opiniões, porventura, divergentes, que a propósito desses problemas ocorram.
Foi por isso,  que em Novembro de 1977 surgiu o Barca Nova: para contribuir para que a análise dos problemas acontecesse. Para tentar ajudar a distinguir o essencial do acessório, o importante do sensacional. 
Informar e, ao mesmo tempo, tentar formar. Saber ouvir, mas também saber falar.

Com a perda de Mário Neto a Figueira ficou mais pobre: não a parte visível, mas a invisível - a essencial. 
A melhor maneira que encontrei para continuar a honrar a memória de Homens que contribuiram para formar o Homem que sou hoje, foi criar um espaço onde a Figueira possa ter a possibilidade de distinguir o essencial do acessório e o importante do sensacional. 

Obrigado Mário Neto. Obrigado José Martins. Obrigado Joaquim Namorado. Obrigado Leitão Fernandes.
Como diria outro velho e sábio colaborador do Barca Nova, também já desaparecido,  Guije Baltar, "pudesse eu viver uma eternidade e nem assim se apagaria da minha memória a melhor gente que passou pela minha vida: a equipa Barca Nova".
Passe a imodéstia,  vou citar-me a mim mesmo (um texto publicado na edição de 12 de fevereiro de 1982, do jornal Barca Nova, página 4): lá aprendi, "que os democratas têm coisas mais profundas e importantes a uni-los do que a dividi-los. No essencial, têm aquilo que é fundamental a irmaná-los: a defesa da democracia."

Afinal, quem deu cabo da Geringonça?

Para ler clicar aqui.
Aviso aos mais sensíveis, politicamente falando: 
contém "cenas" eventualmente chocantes.

sábado, 25 de novembro de 2023

Tragédia

 Luís Naves, 25.11.23

Via Delito de Opinião

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"Membro do partido do poder, Davyd Arakhamia participou nas negociações com os russos no início da guerra. Este importante dirigente de Kiev veio agora reconhecer em público que havia um acordo que previa paz em troca de neutralidade, mas Kiev recuou, após pressões do PM britânico, Boris Johnson. O que queriam os russos? A garantia de que a Ucrânia não entraria na NATO. Isto aconteceu em Março de 2022, era conhecido, mas foi agora explicado na própria televisão ucraniana. Qual era então a soberania dos ucranianos? Nenhuma, mas o apoio europeu baseou-se no argumento de que Kiev tem o direito de proteger a sua soberania. Milhares de mortos depois, a guerra está a correr mal: na frente, há centenas de baixas diárias e os soldados têm falta de munições. Há informações sobre motins, descontentamento, desvio de armas, corrupção em larga escala, grandes dificuldades em vários locais. Sem opções, com um bloqueio de estradas na Polónia, o governo de Kiev tenta a fuga para a frente e está a recrutar mulheres, adolescentes e velhos. A estratégia ocidental de apoiar a Ucrânia por quanto tempo fosse necessário deu origem a uma tragédia com milhões de refugiados e ao colapso de um país que enfrenta a derrota iminente."

Imagem IA: Bing image creator

Primeiro a Liberdade e, depois, a Democacia, são conquistas do 25 de Abril!

Nos últimos 49 anos Portugal mudou. E muito.
No Portugal «do 24 de abril», qualquer pessoa podia ser presa, torturada e deportada, apenas por ser contra o regime.
Os jornais, livros, discos e filmes passavam obrigatoriamente pela Censura.
Os partidos políticos eram proibidos. 
O sistema eleitoral era uma farsa. 
Os homens jovens eram obrigados a combater na Guerra Colonial em Angola, Moçambique e Guiné, em nome de um império que já não fazia sentido. 
As mulheres precisavam da autorização dos maridos para viajarem. 
A doutrinação das crianças nos valores do Estado Novo começava logo nos manuais da escola com que aprendiam a ler e escrever.
Só em Lisboa, viviam 90 mil pessoas em barracas em 1970.
Estamos a pucos meses de comemorar os 50 anos do 25 de Abril de 1974. 
Boa altura para olhar para as mudanças vindas com a revolução. 
A mudança destes 50 anos é incomparável na nossa história. 
Temos 50 anos de democracia atrás de nós, já é tempo de sermos crescidinhos e não andarmos por aqui com mentiras e caricaturas.
O 25 de abril de 1974 mudou Portugal
Antes de 25 de Abril de 1974 o nosso País vivia num regime de ditadura. Não exisitia liberdade. Foi na madrugada desse dia que o movimento dos capitães, encabeçado por Salgueiro Maia, saiu à rua e colocou um ponto final no regime. 
Quase não houve tiros ou confrontos, algo raro num golpe militar, o que fez com que a revolução portuguesa ficasse conhecida como a revolução dos cravos, pois estas perfumadas flores vermelhas foram colocadas no cano das espingardas e distribuídas pelo povo que enchia as ruas numa explosão de alegria. 
Agora, todos os maiores de 18 podem votar, não temos a polícia política, a PIDE, que tinha informadores em todo o lado para escutar conversas das pessoas. Agora, podemos falar na rua, mesmo que seja em grupo.
Contudo, os legados do 25 de Abril que as pessoas mais valorizam, têm a ver com o Estado social: habitação, educação, assistência médica. São associados à democratização e ao que o 25 de Abril trouxe especificamente de positivo.

Por isso, é que foram sempre tão atacadas pelos partidos de direita.
Apesar dos recuos civilizacionais, é preciso defender o principal significado do 25 de Abril para os portugueses: a democratização, que a criação de um regime democrático trouxe a Portugal.
Vale a pena recordar que apenas 15% consideram que aplicar o programa da troika foi essencial para salvar o regime, ao passo que 43% pensam que isso contribuiu para o destruir.
Passados todos estes anos há ainda muitos portugueses que não esqueceram o impacto do programa da troika no regime democrático e nas nossas vidas. 
O 25 de Abril de 1974 continua a ser o símbolo da vontade dos portugueses em criar uma sociedade mais justa e mais solidária, com dimensões sociais importantes.
Hoje é dia 25 de Novembro de 2023.
Carlos Moedas é um admirador de Cavaco Silva, o homem que concedeu a dois pides a pensão que negou a Salgueiro Maia. São escolhas que a democracia, na sua infinita nobreza, permite.
Cada vez mais gente percebe que a esperança de Abril está cada vez mais ameaçada.
25 de Abril, Sempre!

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

No PS, os esquerdistas acabam sempre no centro

Via Jornal Público

«Cara leitora, caro leitor:

Não me entusiasma minimamente esta discussão sobre o "centrismo" que anima por estes dias o PS. É o problema de já não ter 40 anos: já vi quase todos os protagonistas em todo o lado.

Quando eu era miúda, Jorge Sampaio era da esquerda do partido contra António Guterres, um espécime mais à direita. Embora, anos antes, os dois representassem – com Vítor Constâncio – uma ala mais à esquerda do que Mário Soares. Tanto foi assim que Luísa Melo, então mulher de António Guterres, apoiou a candidatura presidencial de Salgado Zenha contra Mário Soares, na época da ala direita. Guterres tinha que apoiar Soares por razões políticas, mas era, tal como a mulher, um fidelíssimo de Zenha.

Quando Mário Soares abandonou o partido havia um candidato da ala direita – Jaime Gama – que perdeu para os dois primeiros da "ala esquerda": Vítor Constâncio e Jorge Sampaio.

Quando foi o confronto Sampaio-Guterres, já Guterres era da ala direita, tendo ir buscar ao velho gamismo Armando Vara. Na sua equipa, tinha dois jovens considerados prodígios, António José Seguro e José Sócrates.

Na campanha de Jorge Sampaio ficou um seu delfim, o jovem António Costa – que tinha feito o estágio de advocacia no escritório que Sampaio partilhava com o seu tio. Havia mais "esquerdistas" com Sampaio: Alberto Martins, João Cravinho, Vera Jardim e Ferro Rodrigues.

Costa foi depois ministro de Guterres e, após o PS ganhar as eleições, acabou, nas reuniões do Conselho de Ministros, a fazer uma dupla de ministros azougados com o ainda jovem Sócrates, que vinha da ala direita. Os dois irritavam-se muito, contava-se na época, com a dificuldade de Guterres em decidir.

Quando Guterres se demite é preciso arranjar um candidato muito depressa. A coisa foi decidida em "petit comité". Era para ser o centrista Jaime Gama, a avançar, mas depois recua, e acaba a candidatar-se o esquerdista Ferro Rodrigues, que junta na sua direcção a esquerdista Ana Gomes, o esquerdista Paulo Pedroso, o jovem esquerdista (hoje eventualmente centrista) Pedro Adão e Silva.

Ferro Rodrigues viria a ser em 2015 o primeiro símbolo da geringonça – a maioria de esquerda do Parlamento elegeu-o seu presidente. Sem tomar posição nesta disputa interna, Ferro hoje está cheio de dúvidas sobre a solução da geringonça. "Quando hoje se põe dentro do PS como bandeira o ressuscitar dessa experiência, é conveniente que quem a queira ressuscitar faça um balanço da parte positiva e da parte negativa", disse esta semana ao Observador.

Voltando ao passado: quando Sócrates decide avançar em 2005, Costa apoia-o. É célebre o encontro em que Costa combinou com Sócrates que a sua geração não haveria de repetir a guerra fratricida entre Sampaio e Guterres em 1992. Manuel Alegre avançou contra Sócrates, representando a ala esquerda – um dos apoiantes de Alegre chamava-se Augusto Santos Silva, hoje um "centrista" que apoia José Luís Carneiro.

Quando o reinado de Sócrates chega ao fim, confrontam-se Francisco Assis e António José Seguro. Assis era um centrista que foi apoiado por quase todos os notáveis que tinham estado com Sócrates, incluindo o outrora esquerdista António Costa.

António José Seguro, que era da ala direita no tempo Guterres/Sampaio, passaria em 2011 para a ala esquerda contra o centrista Assis. Seguro tinha o apoio das federações exaustas com o socratismo e do dirigente federativo Pedro Nuno Santos (na época não tão notável assim), do notável esquerdista de sempre Alberto Martins e de um dirigente, então presidente da Câmara de Baião, chamado José Luís Carneiro. Em 2011, Pedro Nuno e Carneiro estavam os dois juntos na ala segurista.

Só que então aparece um esquerdista, António Costa, que já o tinha sido (com Sampaio), deixado de ser (apoiando Sócrates e Assis) e voltado a assumir o "esquerdismo" quando decidiu candidatar-se contra António José Seguro, transformado subitamente no "direitista" do PS – por ter aprovado o Tratado Orçamental, por exemplo.

Na entrevista que deu ao PÚBLICO, José Luís Carneiro diz que "a marca" de Pedro Nuno Santos "é o enclausuramento à esquerda". Enquanto isto, Pedro Nuno Santos – o negociador da geringonça – anda a esforçar por ser o mais branco possível sobre as suas relações com os partidos à esquerda. E se, enquanto comentador, defendia que o excedente orçamental servisse para pagar a médicos e professores, mal apresentou a candidatura deixou de explorar o assunto.

Pedro Nuno entrou no Largo do Rato para anunciar a candidatura de mão dada com Francisco Assis – que esteve contra a geringonça – e fez ontem um "número de campanha" a almoçar no Hospital de Santa Maria, alegadamente para debater propostas para a saúde com o presidente da SEDES, Álvaro Beleza, que esteve na direcção de António José Seguro. A SEDES é um think tank que defende propostas essencialmente de direita.

O problema é que tudo isto é fado. E o fado chama-se pertença à União Europeia, onde, como dizia há pouco tempo a constitucionalista Teresa Violante ao PÚBLICO, o eleitorado está condenado a escolher entre "um programa coca-cola e um programa pepsi-cola".

Alguém está a ver o PS, seja dirigido por Pedro Nuno Santos ou por José Luís Carneiro, a não cumprir qualquer compromisso europeu? A Europa só aceita políticas centristas (viu-se com o Syriza no poder na Grécia). Achar que vem aí a revolução com Pedro Nuno Santos é um argumento para "épater les bourgeois". Simplesmente, a revolução é impossível e o "esquerdista" acabará centrista como todos os membros da ala esquerda que o precederam.»

Saúde Pública. Laboratório falsificava análises com água fervida e desinfetada

Na quarta-feira, Portugal  acordou com a operação "Gota de Água"
A "Operação Gota de Água" da Polícia Judiciária desvendou dois esquemas de um laboratório para falsificar e adulterar as análises à água distribuída à população em vários concelhos do norte do país, em conluio com empresas e câmaras municipais. Os investigadores acreditam que possa haver casos idênticos noutras zonas do país.

Soube-se, que a Polícia Judiciária "deteve 20 pessoas e realizou 60 buscas a entidades públicas e privadas, no âmbito de uma investigação por falsificação de análises de água destinada ao consumo humano".

Segundo a PJ, a Operação Gota D'água "tem por objeto a atividade fraudulenta de um laboratório responsável pela colheita e análise de águas" destinadas a consumo humano, águas residuais, águas balneares, piscinas, captações, ribeiras, furos e poços, estando em causa crimes de abuso de poder, falsidade informática, falsificação de documento agravado, associação criminosa, prevaricação, propagação de doença e falsificação de receituário.

O laboratório envolvido nesta investigação por falsificação de análises de água destinada ao consumo humano é do distrito de Bragança e pretendia, com aquela alegada prática, ganhos económicos e corresponder aos pedidos dos clientes, adiantou a PJ/Vila Real. Segundo o “Notícias de Coimbra”, que cita o DN, a "entidade em causa é o Laboratório Regional de Trás-os-Montes, onde um dos gestores revela no Linkedin que é ”Member of the board” da Águas da Figueira, SA."

Segundo este jornal lisboeta "a gestão está a cargo de João Feliciano, que acumula com o cargo de CEO da AGS, Alexandre Vilarinho, que é igualmente vereador da Câmara de Macedo de Cavaleiros e presidente da Assembleia Intermunicipal da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, e ainda Francisco Morais."

No seu perfil no Linkedin  Francico Morais confirma que é  “manager do LRTM | Laboratório Regional de Trás-os-Montes e ” Member of the board” daÁguas da Figueira, SA, entre outros e outras.

A Água da Figueira é detida em partes iguais pela Aquapor - Serviços, S.A. e pela referida AGS - Administração e Gestão de Sistemas de Salubridade, SA.

“A atividade da Águas da Figueira começou em março de 1999, após a celebração do Contrato de Concessão dos Sistemas de Captação, Tratamento e Distribuição de Água e de Recolha, Transporte e Tratamento dos Efluentes do Concelho da Figueira da Foz”.

"Contactadas pelo Notícias de Coimbra,  a Águas da Figueira S.A e a Câmara Municipal da Figueira da Foz não quiseram responder se  foram alvo de buscas ou se foi detido ou constituído arguido algum dirigente ou funcionário no âmbito desta Operação Gota D´água.

Tendo em conta que o comunicado da PJ falava em buscas em Coimbra, o Notícias de Coimbra também questionou a AC – Águas de Coimbra EM e a Águas do Centro Litoral, empresas que descartaram o seu envolvimento na operação policial que marcou o dia informativo."