quinta-feira, 22 de junho de 2023

Na Madeira não "há linhas vermelhas", mas "o acordo PSD-Chega fragiliza liderança de Montenegro"

Via Diário de Notícias

«A data para as Regionais está marcada: 24 de setembro. PSD já governa a região há 47 anos. PS tenta pela 13.ª vez. Este ano há uma incógnita: será Albuquerque obrigado a negociar com Ventura? Um acordo fragilizaria Montenegro. Esquerda admite unir-se. Na IL há um dilema.

O sinal de queda do PSD acentuou-se em 2004 sob a liderança de Jardim. E o mesmo aconteceu com o PS que vinha em crescendo desde 1976. O PS fica-se pela meia-dúzia de deputados, e dali não sai, enquanto que o PSD vai caindo gradualmente, apesar de ir mantendo as maiorias, até atingir o mínimo histórico em 2019 com Miguel Albuquerque: 21 deputados contra 19 dos socialistas que tinham então seis eleitos. 5241 votos fizeram a diferença nesse domingo de 22 de setembro, mas não fosse a mão do CDS, que se aliou ao seu adversário de sempre, Paulo Cafôfo (então líder do PS, o décimo) teria conseguido quebrar 43  anos de "PPD".


E agora, após 47 anos de regime social-democrata pode alguma coisa mudar no cenário político madeirense? Todas as declarações públicas vão no mesmo sentido: o PSD-M, aliado ao CDS-M, acredita numa vitória - os seus dirigentes até falam em maioria absoluta; o PS-M confia num "bom resultado para ser governo"; e todos os restantes partidos, até os que não têm nenhum deputado eleito, acreditam que vão "entrar na Assembleia Regional".

Porém, nos bastidores a conversa é outra. O PSD-M "não sabe ainda calcular o efeito [ou "os estragos", como também foi referido ao DN] que André Ventura pode causar". E essa é a grande incógnita. Um "desgaste eleitoral no PSD" - o CDS é praticamente ignorado no discurso, e até nos cartazes, ainda que esteja na coligação "Somos Madeira" - pode "escancarar as portas" ao Chega, até porque Albuquerque nunca as fechou.

De todas as vezes que foi questionado pelo DN, o presidente do governo regional sempre recusou dizer não ao Chega. E deixou sempre entreabertas as "pontes de diálogo", sublinhando a necessidade de "derrotar a esquerda" e defendendo que o Chega é "um partido legal, como qualquer outro partido", porque "não temos de ter nenhum complexo"

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