Estamos num País onde todos enchem a boca com a palavra democracia. Porém, a democracia tem regras que, muitos, sempre que lhes dá jeito, optam por esquecer. Contudo, e apesar de tudo, como disse um dia Winston Churchill, "a democracia é o pior dos regimes, à excepção de todos os outros".
Confesso ter alguma desconfianças com a esmagadora maioria dos titulares dos órgãos de soberania. Ter este blogue, que está a caminho dos 18 anos de existência, tem-me permitido desabafar e colocar à consideração dos outros perspectivas pessoais. Porém, nunca tive ilusões: isso, nada alterou a realidade que nos cerca.
Contudo, viajar pela "blogosfera", nacional e estrangeira, deu-me a possiblidade de tomar conhecimento de informção que não conseguia encontrar na comunicação social portuguesa.
Um dos grandes problenas portugueses, talvez o maior, a meu ver, está na falta de cultura, educação e deficiências de formação e informação, que leva tantos portugueses a acreditar em sucessivos actos eleitorias nos mesmos que debitam ilusões e promessas que antecipadamente sabemm não vão poder cumprir. E a esmagadora maoiria dos portugueses continua acreditar neles.
Quem maioritariamente domina a vida política e as instâncias do poder, são figuras pequenas, aliadas a escritórios e "donos" disto e daquilo, suportadas pelo erário publico. É triste ter de assistir a lutas pequeninas, alimentadas por facções partidárias, como se não houvesse outra dimensão para melhorar a nossa sociedade.
Lembram-se de António José Seguro? Anda desaparecido há vários anos. Desde que deixou de ser lider do Partido Socialista, o que aconteceu há quase 8 anos.António Costa ganhou a liderança e Seguro resolveu apagar-se. Não abandonou o palco como um eufemismo: o ex-secretário-geral do PS nunca mais falou, nunca mais apareceu, nunca mais quis influenciar, não alimentou cisões ou movimentos, não fez constar que poderia pensar isto ou aquilo, nada de nada. Que me lembre, publicou um livro em 2016. E falou recentemente: "quando olho para o país, fico perplexo". "Os portugueses merecem melhor”, afirmou o antigo secretário-geral do PS, que não exclui a possibilidade de regressar à actividade política.
Não sei se a maioria das pessoas ainda se lembra de António José Seguro, ou sequer, se valorizou a invisibilidade a que António José Seguro se condenou. Registo, porém, a postura diferente de Seguro, num tempo em que os políticos têm de dar provas de vida constantes, em que têm de aparecer com o pavor de deixarem de contar. Não é fácil ter feito o que ele fez. A política era um jogo que ele estava habituado a jogar e era a razão de ser da sua vida desde a juventude. Esteve em silêncio até há quatro dias, quando à saída de um debate sobre a Europa foi duro para com o modo como o país tem sido governado.
Muitos não gostaram. Acharam, talvez, que deveria continuar calado. António José Seguro, porém, é um homem livre: pode e deve falar.
Não sei se, tal como os meus desabafos, os seus desabafos vão resolver alguma coisa. Os meus nada resolvem. Aliás, creio que até os os blogues de qualidade superior (o que não é de todo o caso do OUTRA MARGEM), pouco devem incomodar os poderes...
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