quinta-feira, 20 de abril de 2023

Pedro Santana Lopes continua igual a ele próprio: "embora não esteja para aí virado, para Belém não vê melhor no centro-direita"

Pedro Santana Lopes, actual presidente de câmara da Figueira da Foz, considera-se "a figura do centro-direita com melhores condições para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa na Presidência da República".

Tal aconteceu no decorrer  de uma entrevista à RTP3, na noite de ontem: em resposta a uma pergunta do jornalista Vítor Gonçalves disse: "não vejo ninguém com melhor currículo do que eu no centro-direita, mas não estou para aí virado". Porém, admitindo que pode "vir a estar interessado numa candidatura presidencial, sublinhou "além do currículo, da experiência de vida, da experiência de trabalho, da capacidade de gerar consensos" e as "as suas convicções", como um possível trunfo caso se candidate a Presidente da República em 2026.

Quando Marcelo Rebelo de Sousa deixar o cargo, vai ser necessário "fazer um balanço profundíssimo". A seu ver é preciso pensar no que virá a seguir: o contraste com "o estilo único e incomparável de um Presidente da República que fala praticamente todos os dias, que dá a sua opinião sobre quase tudo, muitíssimo popular entre os portugueses, e que no segundo mandato assumiu que tem de fazer frente ao Governo".

Recordou que Marcelo Rebelo de Sousa e Marques Mendes foram os únicos presidente do PSD que nunca pediram a sua colaboração enquanto foi militante social-democrata, Santana Lopes responsabilizou o conselheiro de Estado e comentador da SIC, que é encarado como possível candidato presidencial, pela subida de António Costa ao poder. Isto por não ter permitido que Santana Lopes voltassse a ser candidato à Câmara de Lisboa, depois de deixar de ser primeiro-ministro e de a vereação de Carmona Rodrigues ter caído.

Solicitado a dar a sua opinião sobre Marques Mendes, de quem disse ser "amigo sem A grande", o actual presidente de câmara da Figueira da Foz, referiu que não é cínico: "estou farto de ver acontecer em Portugal que se elejam pessoas para, anos depois, dizerem - «que desilusão, não foi o que esperávamos.»"

Na parte da entrevista em que abordou o actual momento político Santana Lopes "espera que o Executivo de António Costa tenha a capacidade de voltar à tona". O ministro  Fernando Medina foi alvo de um elogio especial. "É pelo Ministério das Finanças que o Governo tem os seus momentos mais felizes", apontando o Orçamento do Estado e as medidas para combater os efeitos da inflação nos consumidores portugueses como bons exemplos.

Serviu-se da experiência autárquica na Figueira da Foz para dizer que a governação "não tem corrido bem" na Agricultura, acrescentando a Defesa e a Justiça como outras áreas nas quais "tem havido algumas questões".

Outros ministros mereceram elogios de Santana Lopes, nomeadamente a ministra da Habitação, Marina Gonçalves e os titulares da Administração Interna, José Luís Carneiro, e da Economia, António Costa Silva.

Nada de novo acrescentou esta grande entrevista a Santana Lopes: não se esqueceu de tecer elogios ao novo presidente do PSD, Luís Montenegro, e críticas à forma como a esquerda exige que não haja acordos de governação com o Chega.

Fica uma súmula de dez minutos da grande entrevista de Santana Lopes a Vítor Gonçalves, sacada daqui.

 

A entrevista, na íntegra, pode vista aqui.

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