quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

HOSPITAL DOS COVÕES PÕE SOCIALISTAS EM ESTADO DE CHOQUE

 Via Campeão das Províncias



"Os deputados do PS, incluindo os eleitos pelo círculo de Coimbra, votaram no Parlamento contra uma petição em defesa da autonomia do Hospital dos Covões. No fim-de-semana, a Comissão Política da Federação Distrital do partido deu-lhes o troco, ao aprovar uma moção onde se refere que “há quem muito fale em António Arnaut, mas se esqueça que a Saúde e o SNS em Coimbra é também a valorização do Hospital dos Covões”. Face à posição assumida pelo deputado Pedro Coimbra, que até foi o porta-voz na Assembleia na defesa do voto contra dos socialistas, assim como por parte de Marta Temido, ex-ministra da Saúde, e dos outros quatro deputados também eleitos por Coimbra, o plenário distrital do PS aprovou uma moção para clarificar a posição do partido a favor do Hospital dos Covões. 

A moção foi apresentada pelo médico Hernâni Caniço, que é vereador da Câmara de Coimbra, e a ela se associou Victor Baptista, que disputou a liderança da Federação que continua a ser presidida por Nuno Moita. O texto foi aprovado por maioria, com quatro abstenções e os votos contra de Áurea Andrade, enfermeira com assento no Conselho de Administração do CHUC, e de José Silva (médico). “Quando da criação do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, no Partido Socialista estávamos convictos que seria um passo na valorização da saúde em Coimbra, nomeadamente com melhor e mais fácil acesso aos recursos financeiros no financiamento hospitalar”, começa por dar conta o documento proposto e validado, para fazer o contraditório: “No entanto, infelizmente, a situação é substancialmente outra e foi pela prática e silêncio da administração e instituições públicas regionais da saúde que se deu o início da tentativa de desmantelamento de um Hospital Central, o designado Hospital dos Covões, que tanto já deu de bom aos cidadãos da região Centro, particularmente à zona sul de Coimbra”

DELAPIDAÇÃO DE RECURSOS 

Para que não fiquem dúvidas quanto ao que se defende, a Comissão Política da Federação de Coimbra do PS “manifesta o seu descontentamento pela irredutibilidade no desmantelamento e destruição de serviços de referência, a delapidação de recursos organizativos em saúde, bem estruturados, de resultados de sucesso e de renome nacional e internacional, prejudicando Coimbra e a sua imagem de topo na área da saúde e serviços, contra a cidade e contra o direito à saúde universal, e exigindo um Plano Funcional que respeite o Hospital Geral Central dos Covões como estrutura”. Demonstrando “o seu desagrado pelas estruturas que se demitem das suas responsabilidades regionais em saúde e ausência de defesa da saúde dos cidadãos, sem percepção do argumentário técnico e político”, refere-se na moção que “é até ofensiva uma posição conhecida de criação de um Serviço de Urgência Básica no Hospital dos Covões, em que seria predominante o atendimento aos utentes por médicos indiferenciados contratados por empresas privadas”Nesta tomada de posição apela-se ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, para que “requalifique o Hospital Geral Central dos Covões, contribuindo para a melhoria da saúde em Coimbra e na Região Centro e para creditar o Partido Socialista como força política de defesa do direito à saúde, com ganhos superlativos no mérito da sua posição e numa marca partidária de solidariedade”. Manifesta-se, ainda, “a abertura, mas também a capacidade de luta pelos ideais da saúde de António Arnaut e de Carlos Cidade (que defendiam o Hospital Geral Central dos Covões), dos socialistas e da população, conjuntamente com as estruturas representativas institucionais da cidade e a democracia participativa da sociedade civil fundamentada em preceitos de direitos humanos”

Refere-se, a propósito, que “os dois Hospitais Gerais Centrais de Coimbra (HUC e Covões) trabalhavam a par e em complementaridade (incluindo na pandemia covid-19), quer em áreas só existentes num deles quer em áreas comuns, com enriquecimento de conhecimentos e progresso clínico e científico, e em que a concentração de escolas de saúde, de hospitais e de laboratórios de investigação, interagindo em proximidade, traduzia a essência duma cidade universitária e sua diversidade”.

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