«Eles vêm de todos os lados. Talvez faça parte do que se falara antes. Agora, até temos um comentador tido como um original especialista em armamento e operações especiais, a opinar sobre o Estado Social. Mas a tese é pouco original.
O nosso Estado Social não é um Estado Social. Por isso, devemos acabar com o Estado Social tal como é, para dar à luz um outro que, esse sim, daria cabo do Estado Social.
Parece confuso? Tem sido a estratégia da direita, seguida por muitos governos PS, mesmo que ao arrepio da boa oratória dos seus deputados. Subfinanciar o Estado Social, dizendo que o financiamento conseguido é em sua defesa, embora sabendo-o insuficiente (por causa das "contas certas", do "temos uma dívida muito elevada", da "disciplina orçamental", do "temos de fazer o que mercados querem"). Num segundo momento, vem a direita para mostrar que o Estado Social não é eficaz e que precisa de ser reformado. Como? Privatizando-o. Reduz-se ainda mais o financiamento e, com isso, esvazia-se a provisão social pública, passando o Estado a financiar a provisão social privada. Ouro sobre azul. O dinheiro de todos passa a financiar os lucros de poucos, remetendo para o público o que for menos rentável - a saúde dos pobres, dos "mais desfavorecidos".
Parece-lhe uma ideia à Nuno Rogeiro? Engana-se. Veja aqui e aqui. Miguel Poiares Maduro defende igualmente a mesma ideia de reforma do Estado Social. Ou por outras palavras, o mesmo projecto omisso e subjacente à expressão "Reforma do Estado Social".
Porque nunca terão coragem de dizer ao que vêm? Andamos nisto há décadas. Mas agora a campanha está a adensar-se outra vez. Como se nota pelos "artistas convidados".»
João Ramos de Almeida, via Ladrões de Bicicletas
Sem comentários:
Enviar um comentário
Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.