"Os lucros das empresas do PSI 20 já vão, em 2022 no 1º semestre, em 75% de 20212, 2 mil milhões de euros. Lá fora idem, a Alemanha bateu recordes de lucro, 203 mil milhões, o Santander em Espanha já vai com mais 16% de lucro do que no ano passado , na França as 40 maiores empresas anunciaram lucros recordes de 170 mil milhões. Esta obscenidade é a massa, o arroz, o pão-carcaça dos portugueses que não conseguem comer proteína de qualidade, legumes, vegetais, educar os filhos com qualidade, ter saúde rápida e boa, esta obscenidade de lucros não se chama “guerra”, chama-se concentração de riqueza, protegida pelo Estado.
Estado que anuncia uma nano-migalha de menos de 10 euros por mês quando os salários estão a ser comidos pela inflação que engorda até o próprio Estado com impostos insuportáveis.
A situação real é catastrófica e será enquanto não se mexer nos lucros das grandes empresas. Os portugueses não conseguem pagar casa, alimentar-se com qualidade, viver com segurança económica e paz de espírito. Vivem mal e na corda bamba.
O governo anunciou um corte real das pensões, uma nova troika. É disso que se trata. Porque se tinha comprometido, há uma década, a aumentar as pensões de acordo com a inflação e assim que a inflação chegou mudou a lei para cortar as nossas pensões e reformas.
A Segurança social não está em risco porque as pessoas envelhecem, ou porque as pensões são altas. Está em risco porque quem entra para trabalhar entra com salários miseráveis que dão poucos descontos para o bolo.
Toda esta política visa proteger não as pessoas – o país tornou-se insuportável para viver, as contas são impagáveis com os salários que temos -, esta política protege a dívida pública, uma renda parasitária privada, que sequer jamais em Portugal foi auditada.
O aumento dos juros pela UE com o apoio do Estado português significa que estão a organizar e provocar uma recessão, que vai destruir as pequenas empresas e coloca um garrote nas hipotecas.
O neoliberalismo não é menos Estado. É o Estado a proteger acionistas, corporações, e destruir a capacidade de reprodução até da própria força de trabalho, que não tem os mínimos, quanto mais a dignidade essencial e merecedora que todos devíamos ter como seres humanos."
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