António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Desde o dia 25 de Abril de 1974 até ao fim do dia 25 de Abril de 2022, se lá chegar, vivi 17.532 dias, 420 768 horas e 25 246 080 minutos de liberdade.
É obra: poucos portugueses se poderão gabar de um feito destes.
Confesso: mais do que um felizardo, sinto-me um jovem tão privilegiado como o da foto.
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