quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Morreu Jaime Serra o último sobrevivente da fuga de Peniche

Foto via Diário de Notícias
Era militante do PCP desde 1936. Em 1937, com apenas 15 anos, "foi preso pela primeira vez"
Jaime Serra nasceu em 1921 em Alcântara (Lisboa) e tinha completado 101 anos em 22 de janeiro. 
Em 1940, Jaime Serra começou a trabalhar como operário traçador naval no Arsenal do Alfeite, em Almada (distrito de Setúbal), onde trabalhou durante sete anos, passando à clandestinidade em setembro de 1947. 
Faleceu ontem. Com Jaime Serra morre também o último sobrevivente da histórica fuga de Peniche (3 de janeiro de 1960), que o levou à liberdade e a outros nove dirigentes do PCP (entre eles Álvaro Cunhal). A fuga representou uma humilhação para Salazar e determinaria, dentro do PCP, em março de 1961, a confirmação de Álvaro Cunhal como líder de facto (secretário-geral) do partido. Dos dez dirigentes que fugiram de Peniche nessa noite de janeiro de 1960, pelo menos dois já tinham experiência de o fazer: o próprio Jaime Serra e Francisco Miguel. Serra tinha, de resto, várias fugas no currículo. Numa delas, em 1954, de Caxias, limitou-se a sair pela porta. Fez um molde da chave com sabão, depois produziu-a... e saiu. Foram acontecimentos que relatou em "12 Fugas das Prisões de Salazar" (edições Avante!), um dos quatro livros de memórias que assinou.
Destacado combatente antifascista, importante dirigente do PCP durante várias décadas, Jaime Serra foi um cidadão de uma coragem lendária que deixa gratas recordações em todos os que com ele trabalharam ou conviveram. 
O corpo de Jaime Serra estará em câmara ardente Sexta-feira, dia 11 de Fevereiro, a partir das 16h00, na Casa Mortuária da Igreja S. Francisco de Assis, Av. Afonso III (Alto S. João), realizando-se o funeral Sábado, dia 12 de Fevereiro para o cemitério do Alto de S. João onde será cremado após cerimónia a realizar pelas 11h30.

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