Deu para tudo
«Deu para António Costa finalmente proferir as palavras proibidas feitas palavrinhas mágicas: "maioria absoluta";
Deu para Chicão, nascido em 29 de Setembro de 1988, recuperar a memória do sofrimento que foram os anos do PREC;
Deu para Ventura, líder de um albergue de neo nazis e fascistas saudosos de Salazar, invocar os países que nos ultrapassaram na União Europeia, os de leste que nos idos do matacão de Santa Comba tinham homens no espaço enquanto nós tínhamos uma autoestrada de Lisboa ao Casal do Marco, as estradas pejadas de carroças puxadas a burros e demorávamos 5 horas a chegar ao Algarve;
Deu para João Oliveira esfregar na cara de António Costa que os ganhos que exibe como trunfo para uma maioria absoluta só foram possíveis porque o PCP se chegou à frente, caso contrário tínhamos gramado com mais 4 anos de Governo da troika, com o PS a abanar a cabeça na bancada como os cães de feira que nos 70s se usavam na parte de trás dos carros;
Deu para Cotrim de Figueiredo dizer que acreditava no Pai Natal com as pessoas que sobem na vida a trabalhar;
Deu para Rui Rio afirmar que já reduziu despesa pública em empresas privadas;
Deu para Ventura recuperar a bisca das "fundações e organismos que absorvem recursos do Estado" lançada pelo Criador, Passos Coelho, nos anos do Governo da troika;
Deu para Rui Rio, líder de um partido que há 40 anos não faz outra coisa que desinvestir e retirar competências ao Serviço Nacional de Saúde, dizer que o SNS está em falência, depois de ter passado os debates anteriores a dizer que há funcionários públicos a mais;
Deu para Cotrim de Figueiredo passar todo o santo debate a dizer que António Costa não respondia às questões enquanto ele próprio ganhava o cognome de O Ilusionista por causa dos truques para fugir à questão flat tax;
Deu para Rui Tavares vestir a fatiota de Cotrim de Figueiredo e explicar aos telespectadores que com a taxa chata do Ilusão Liberal quem fica a ganhar são os mais ricos, para rombo nos cofres do Estado que asseguram serviços públicos gratuitos e universais;
Deu para Ventura voltar à carga com "o país em que metade trabalha para outra metade que não quer fazer nada" e "um país outro todos roubam e ninguém vai para a prisão", precisamente no dia em que se soube que a agremiação de bandalhos a que preside vai ser despejada da sua sede em Évora por não pagar a renda da casa há 8 meses;
Deu para António Costa fazer autocrítica: "o que faltou foi vontade política para viabilizar o Orçamento do Estado";
Deu para Chicão falar em três banca rotas desde 1995 apesar de nem uma ter havido e a que podia ter acontecido foi evitada.»
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