A Estatística é, por vezes, a resposta para a imprevisibilidade que o nosso mundo apresenta. Contudo, o modelo estatístico não deixa de ser um argumento ou de apresentar uma verdade e um discurso. Na área da política, os estudos e as sondagens que têm por base a estatística, apresentam uma proposta de previsão. Por isso, são muitas vezes alvo de polémica no espaço público.
A fiabilidade destes estudos podem ser questionados.
A publicação destes dados influenciam o comportamento eleitoral e as escolhas dos eleitores.
Serão estes resultados manipulados com objectivos concretos?
"No espaço de uma semana António Costa passou de estar a três deputados da maioria absoluta, com a esquerda em maioria no Parlamento, segundo sondagem da Pitagórica, para o homem que vai atrás de Rui Rio com a direita em maioria no hemiciclo, segundo uma tracking poll num universo de 180 eleitores, apresentada por uma televisão - a CNN Portugal, ex TVI24, como se de uma sondagem se tratasse, com a imprensa com agenda, onde a fronteira entre jornalismo e comentariado não existe, prontamente a dar eco do feito, e com mobilização geral dos milhares de perfis nas redes a fazerem alarde da boa nova. Assim se inventa uma dinâmica de vitória e se manipula uma parte do eleitorado, dos indecisos aos abstencionistas."
"Nestas tracking poll apresentadas como sondagens, e nas sondagens elas próprias, as percentagens são atiradas ao monte para os ecrãs das televisões e entram pela casa das pessoas dentro sem haver uma tradução em número de deputados eleitos por círculo eleitoral, como se de um círculo nacional se tratasse e como se a contagem fosse feita a partir do monte de votos arregimentado. Em quantos deputados se traduzem os "por cento" dos gráficos de barras que metem o Chega e o Ilusão Liberal à frente da CDU e do Bloco de Esquerda, sendo que há partidos que não vão eleger na grande maioria dos círculos e sendo que, por exemplo, nas últimas legislativas a CDU teve 19 000 votos no círculo de Braga, sem eleger qualquer deputado, contra os 3 000 que permitiram eleger João Cotrim de Figueiredo em Lisboa?"
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