Quase há um ano - a 2 de Dezembro de 2020 - foi aprovado o Orçamento da Câmara Municipal da Figueira da Foz que vigorou em 2021: (o maior de sempre), de 75,4 milhões de euros.
Recorde-se: com o voto contra de Ricardo Silva, do PSD, e a abstenção dos eleitos pelo mesmo partido Carlos Tenreiro e Miguel Babo (aos quais tinha sido retirada a confiança política).
Recorde-se: com o voto contra de Ricardo Silva, do PSD, e a abstenção dos eleitos pelo mesmo partido Carlos Tenreiro e Miguel Babo (aos quais tinha sido retirada a confiança política).
Via Diário as Beiras, fica o que até ao momento é conhecido publicamente sobre a ideia do que vai ser o orçamento camarário figueirense para 2022.
Um orçamento camarário serve para consubstanciar as propostas que um executivo pensa ser possível executar dentro do limite temporal em que ele vai vigorar.
Deve privilegiar e colocar sempre em primeiro plano as necessidades e os interesses da população, na firme certeza de que dentro dos possíveis, são apresentadas soluções para debelar os problemas imediatos, apontando caminhos para o seu desenvolvimento integrado e sustentável.
Deve privilegiar e colocar sempre em primeiro plano as necessidades e os interesses da população, na firme certeza de que dentro dos possíveis, são apresentadas soluções para debelar os problemas imediatos, apontando caminhos para o seu desenvolvimento integrado e sustentável.
Políticas sérias de defesa da qualidade de vida dos cidadãos deste concelho, é o meu desejo de sempre. Vale também para 2022.
Há muitíssimo a concretizar. Desde logo, definir o que é “qualidade de vida”, para nós e para as gerações futuras. Esse, mais do que um desafio, é nossa responsabilidade geracional - passa por balizar o que estamos dispostos a fazer para melhorar a qualidade do ar que respiramos, a água que bebemos, a comida que ingerimos e a paisagem que queremos preservar.
Um concelho moderno, democrático e gerido com responsabilidade, discute-se, interroga-se, renova-se e define objetivos que visem abranger a população. Só assim será possível progredir rumo a patamares mais elevados de bem estar, felicidade e justiça social e ambiental. Isto, no fundo, resume-se numa palavra: “desenvolvimento”.
O orçamento municipal para 2022 vai ter isso em conta?
Ainda não o sabemos. "A versão final será apresentada em dezembro, para ser votada". Porém, pelo andar da carruagem (embora “ainda seja prematuro avançar o valor do orçamento”), parece ser mais do mesmo.
Oxalá que, como o de 2021, não seja um orçamento camarário desfasado da realidade que é o concelho da Figueira da Foz. “Este é um orçamento de continuidade que tem de acomodar os compromissos assumidos (pelo anterior executivo, do PS), no valor de vários milhões de euros”, no plano do investimento e de parte significativa da despesa corrente, diz hoje a vereadora Anabela Tabaçó ao DIÁRIO AS BEIRAS.
Estamos perante um executivo paralisado, do ponto de vista político, operacional e governativo, pela herança deixada por Carlos Monteiro?
E a paralisia promete prolongar-se nos próximos tempos?
A paralisia do poder executivo, mais do que uma ameaça, é uma possibilidade e pode tornar-se numa imagem de marca dos próximos tempos.
Fica um desejo, fácil de concretizar, para 2022, o que já seria um avanço em relação aos últimos anos: que haja honestidade intelectual na governança da Figueira.
O pior que nos podia acontecer, face aos desafios fáceis de adivinhar que temos pela frente, era continuar a ter políticos que dizem uma coisa e depois fazem outra.
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