José da Silva Ribeiro, Homem de Cultura, repartiu a vida entre o Jornalismo e o Teatro, actividade em se notabilizou. O seu nome confunde-se com a Sociedade de Instrução Tavaredense, fundada tinha ele 10 anos. Começou logo aí a sua ligação com a Arte de Talma.
Não a praticou noutro sítio: “Eu sou apenas Tavarede e mais nada”.
Quase que por acidente, descobri no espólio da RTP, três videos sobre José da Silva Ribeiro, "um Homem que dedicou a vida a cultivar o Povo".
Não resisti. Para os ver basta clicar.
Encontro com José Ribeiro
O Homem de Tavarede – Parte I
Se fosse vivo, José da Silva Ribeiro teria completado ontem 127 anos. No face, a recordar a data, li uma postagem que também não resisti a citar.
Para além da Vida, uma Obra, uma Lição...
Por Paula Simões
"A 18 de novembro de 1894, nasceu em Tavarede, num humilde,mas feliz lar, onde reinava a fraternidade, o respeito, a compreensão e a tolerância, José da Silva Ribeiro.
Pequeno ainda, lidou no campo, partilhou a vida dura dos trabalhadores rurais, o que o levou, mais tarde, a lutar pela melhoria das suas condições de vida.
Aos dez anos, estreou-se no teatro como amador. O teatro haveria de ser sempre uma constante de toda a sua vida.
Aos doze anos, entrou como aprendiz na Tipografia Popular. À noite, frequentava as aulas na Escola Dr Bernardino Machado. Deslocava-se a pé da Figueira para Tavarede, o que aliás, sempre fez até a doença lho permitir.
Em 1908, com 14 anos, dirigiu o jornal O Poeta.
Mais tarde, ingressou nos escritórios dos Caminhos de Ferro da Beira Alta.
Entretanto, começa a Primeira Guerra Mundial. Embarca para Moçambique em 1916. Aí, recebe a triste notícia da norte de seu pai.
Regressa a Portugal em setembro de 1919.
Volta para a Voz da Justiça, mas agora, como secretário da Redação. Ingressa como amanuense na Escola Dr Bernardino Machado, cargo que exerceu com maior zelo, até 1923.
Em 1933, é preso. Foi deportado para Angra do Heroísmo, onde permaneceu, durante um ano, em regime de extrema incomunicabilidade.
Regressando do exílio, volta ao jornalismo.
O seu jornal, era um incômodo para o governo da época. Em julho de 1937, o Voz da Justiça é silenciado... em junho de 1938, Jose Ribeiro é de novo preso. Detido pela PIDE...
A sua vida não foi fácil !
Nunca desistiu de lutar pelos seus ideais, mesmo sabendo o quanto isso lhe custava...
Sempre disponível para os outros, familiares ou não, defensor constante dos humildes e desprotegidos, do civismo e da educação, autor de livros infantis , era um Homem verdadeiramente excepcional na vida da nossa cidade.
Depois do 25 de abril de 1974, com um simples requerimento, poderia ter solicitado, como muitos outros, uma indemnização ao Estado. Negou-se a fazê-lo.... Era assim, José Ribeiro!
Um Homem Bom, consciente, humilde...
Foi um enorme orgulho ter privado com Ele. Ora na Escola dos Quatros Caminhos, onde ensaiava a nossa Festa de Natal, ora na SIT, onde era o meu MESTRE.
Lembro-me tão bem de um dia, vinha eu da catequese com o meu avô, quando ao longe avistei o “ mestre”... Disse ao meu avô:
- Avô, vem ali o meu ensaiador! É ele que me anda a ensinar a ser Nossa Senhora na Festa de Natal da escola!
Entretanto, vamo-nos aproximando e paramos para cumprimentar o Sr. José, como lhe chamava o meu avô...Ao reconhecer-me, diz ao meu avó:
- Ó João, não me digas que esta menina é tua neta. Ela tem muito jeito para o Teatro!
Olha, leva lá a menina à Sociedade que tenho um papel para ela...
E o meu avô levou-me...
Foi o início de uma grande paixão, o início de um Amor para a vida toda!
Parabéns, Mestre!
Obrigada, por me ter ensinado a amar e a viver o Teatro!
Se ainda pertencesse ao “ nosso mundo”, faria hoje 127 anos!
Este foi, sem a menor dúvida, o “ maior” filho da minha Terra!"
Sem comentários:
Enviar um comentário
Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.