O que valeu a pena na minha vida, foi nunca ter perdido o controlo da minha história pessoal.
As cidades onde os homens ou as mulheres se tornavam deuses, já acabaram.
Na Figueira, neste momento, existe Santana!.. Vamos ver se há milagre...
As cidades onde os homens ou as mulheres se tornavam deuses, já acabaram.
Na Figueira, neste momento, existe Santana!.. Vamos ver se há milagre...
Desde muito novo percebi o iria acontecer no futuro. A sociedade não promove por causa do mérito. Promove de duas maneiras. A quem souber lamber botas ou tiver familiares influentes.
Para quem nasceu numa pobre aldeia de pescadores, que teve de estudar e trabalhar ao mesmo tempo, sabia que nunca iria conseguir o lugar que ambicionava e a que se candidatou, indo a um concurso público com quase 8 000 mil candidatos.
O lugar nunca seria seu, pois já estava reservado para o Moreira, filho do Gelásio, chefe dos recursos humanos da empresa.
Nunca foi normal, em Portugal, ser reconhecido, apreciado, recrutado ou promovido em função de seus méritos (aptidão, trabalho, esforços, competências, inteligência, virtude, honestidade) e sim por causa da sua origem social, de sua riqueza e da linhagem de família.
Quem está no mercado de trabalho, sabe da dificuldade de conseguir um emprego, a sua manutenção ou uma promoção por mérito próprio. No entanto, sabe que se tiver uns amigos, ou familiares bem posicionados e no sítio certo, ou se pertence a um grupo de betos com privilégios desde o berço, tem a vida facilitada.
Portugal, desde 2007, que vive em crise.
Em nome dessa crise, veio desemprego, congelamento de carreiras e juventude altamente qualificada a emigrar - por falta de oportunidades em Portugal e por terem dado conta dos esquemas.
Em nome dessa crise, veio desemprego, congelamento de carreiras e juventude altamente qualificada a emigrar - por falta de oportunidades em Portugal e por terem dado conta dos esquemas.
Fui escrevendo este texto enquanto assisto via TV ao debate sobre o Orçamento do Estado para 2022.
Não sei qual vai ser a votação, nem isso, neste momento, já me interessa: a maioria destes deputados não conhece nada da realidade da vida de um cidadão normal. Portanto, não me representa. Os políticos estão distantes dos seus eleitores.
Será que o problema é o português não saber votar?
No nosso sistema, o poder de transformação da vida dos portugueses pelo voto é extremamente limitado.
Uma pergunta: se todos os portugueses podem votar, por que continuam a eleger maioritariamente pessoas que representam muito mais os interesses das empresas poderosas, dos banqueiros ladrões exploradores e parasitas, do que os que representam a população?
Como acabo de ouvir em directo a André Ventura, em tom inflamado proferir: "continuamos a dar tudo aos mesmos de sempre".
Concordo. Aqueles que ele verdadeiramente representa...
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