quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Cabedelo, a imagem de marca da anterior gestão municipal: "prazo ultrapassado"...

Via Diário as Beiras
«Estava previsto que o processo do Cabedelo ficasse concluído antes do fim de setembro. O ex-presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, numa reunião de executivo camarário, afirmou que se a data fosse ultrapassada pela APFF recorreria ao Governo, a fim de ser esclarecido sobre se os imóveis ainda pertencem à administração portuária ou se também foram transferidos para o município no âmbito da delegação de competências que permitiu intervir no Cabedelo. 
Entretanto, realizaram-se Eleições Autárquicas e o interlocutor da APFF na câmara municipal passou a ser Pedro Santana Lopes. 
A APFF continua a ser proprietária dos imóveis integrados no antigo parque de campismo, ou seja, o edifício principal e os balneários. Esta empresa pública, que também gere o Porto Comercial de Aveiro, detinha, também, os terrenos onde a Câmara da Figueira da Foz procedeu à requalificação urbana, mas foram cedidos ao município no âmbito da delegação de competências. 
Para a Câmara da Figueira da Foz poder encerrar o processo de concessões no Cabedelo, o título de propriedade dos imóveis terá de ser transferido para o município. No entanto, a APPF não deverá abdicar de contrapartidas. 
Para o edifício principal, onde funcionaram os serviços administrativos do antigo parque de campismo e um espaço de restauração (concessionado), há diversos interessados, entre os quais marcas de prestígio internacional de desportos de ondas. 
Neste momento, a APFF está a tratar de encontrar um compromisso legal e jurídico entre a administração portuária, o Estado (este, na qualidade de acionista principal da empresa que gere os dois portos) e o município. Os restantes imóveis do Cabedelo, incluindo terrenos, para os quais também há interessados privados, mantêm-se com o estatuto de interesse portuário. 
Para estes casos, a APFF está a fazer uma proposta de ordenamento. Por outro lado, o património não pode ser utilizado sem concurso público. A solução poderá passar pelo reordenamento dos lotes e respetivo regulamento, para poderem, assim, ser concessionados pela APFF. “Acolhemos bem a vontade e o interesse das empresas ligadas [aos deportos de ondas] interessadas em localizar-se ali”, afirmou Fátima Alves.»
Foto António Agostinho
Nota de rodapé.
Li recentemente no jornal Pùblico, algo sobre um filme, com um argumento parecido: um parque de campismo localizado num lugar de excelência, com décadas a ser usufruído pelo povo, foi encerrado. 
Sobre o Cabedelo, muita coisa está por descobrir. Um dia destes saberemos essa verdade escondida em toda a sua plenitude. 
Entretanto, o desfrutar tranquilo dum espaço único para se observar “aquele pôr-do-sol” desapareceu do olhar do utente do Parque de Campismo do Cabedelo, que esperava gozar lá a paz da sua reforma. 
Ainda quanto ao Cabedelo, repito: estou em crer que muito ainda estará para vir ao conhecimento do povo, apesar de ter acontecido ao executivo que estava a tratar do assunto, o mesmo que fez aos utentes que - segundo eles... - não tinham categoria para usufruir dum espaço nobre: foi para o olho da rua.

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