terça-feira, 28 de setembro de 2021

O eleitorado figueirense não podia ser mais claro e objectivo: estava fartinho de Carlos Monteiro

O sinal dado pelo eleitorado figueirense foi claríssimo: estava saturado de Carlos Monteiro.
Deu a vitória ao PS e a José Duarte na votação para a Assembleia Municipal. Deu a vitória ao PS em 11 das 14 catorze freguesias que o concelho tem. Derrotou Carlos Monteiro e uma  equipa de vereadores testada em 2 mandatos anteriores com maioria absoluta.
A autarquia figueirense era do PS há 12 anos. A derrota de Carlos Monteiro abre espaço à oposição interna no PS Figueira. A meu ver, Carlos Monteiro foi derrotado pelos do PS que não votaram no candidato do seu partido para a Câmara, por estarem fartos e desiludidos da sua prestação nestes dois últimos anos, depois que assumiu o cargo de presidente de câmara, em consequência da ida do falecido Dr. João Ataíde para o governo.

Contudo, as coisas não estão fáceis para a governação do concelho. 
Em muitas freguesias não existem maiorias. Pedro Santana Lopes, na Câmara, vai precisar de entendimentos com o PS ou com o PSD para governar.
A Figueira anda de novo nas bocas do mundo. E isso parece bastar, por agora, aos figueirenses. Mas não vai ser sempre assim.

As sondagens não falharam só em Lisboa. Também naquela que Santana Lopes prometeu que ia  transformar em “capital do mar”  falharam. 
As últimas apontavam mesmo uma maioria absoluta para o líder do movimento independente Figueira A Primeira (FAP). Contudo, foi preciso contar até aos últimos votos: Pedro Santana Lopes ganhou a câmara por  619 votos.
Santana ganhou, em 2021, a câmara da Figueira porque o candidato do PS derrotado foi Carlos Monteiro.

20 depois, a realidade é a realidade. O eleitorado figueirense foi claro e objectivo.
Deu a vitória na Assembleia Municipal e em 11 das 14 freguesias ao PS, mas para a Câmara proporcionou a  Santana Lopes cometer "uma proeza sem igual" ao ganhar a Carlos Monteiro e à sua equipa de vereadores que vinham de 2 maiorias absolutas. Santana Lopes está na Figueira. Por quantos anos: quatro, oito ou doze?

2 comentários:

  1. Análise certeira e, convenhamos, nem é preciso estudar muito para chegar à conclusão de que muita gente tinha como objectivo dar guia de marcha ao agora presidente cessante.
    É inquestionável que sem esse sentimento numa parte dos eleitores, o presidente eleito não o teria sido. Os 600 votos só demonstram que tocando a rebate, o PS mobiliza-se, mesmo que o candidato da cor tenha muitos anti-corpos e uma clara "desvocação" para o cargo.
    Gostava, pela Figueira, que este novo executivo surpreendesse. Contudo...

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  2. PSL teve uma atitude de dignidade quando, há uns anos, saiu de estúdio porque o 'canal' achou por bem interromper a sua entrevista para dar em directo a chegada de um futebolista ou treinador de futebol ou lá o que era; essa foi de homem! Embora ex-primeiro ministro (mesmo tendo sido nomeado para substituir o Barroso...), merecia ser respeitado, goste-se ou não da pessoa e do seu perfil político.
    Agora está menos jovem (digamos assim...) e pode ser que dê prioridade ao que é prioritário, em vez de fogo de vista.
    Recordo a cidade de Almada (tem pouco ou nada a ver com a Figueira), mas durante anos esteve transformada num estaleiro a céu aberto, para substituir tudo o que era esgoto e condutas de água, dimensionados para apenas 10% da população dos anos 80. É o tipo de obras que não dão votos, mas são no entanto reconhecidas por todos que foram oportunas e essenciais, mesmo pelos que agora estão a colher os frutos desses tempos de picareta, buracos e montes de terra, durante as presidências do Vieira e da Maria Emília.
    Esperemos que o Santana Lopes (que não terá tarefa tão subterrânea) se foque mesmo no que é urgente recuperar. Se explicar, bem explicadinho, o que quer fazer, porquê e em quanto tempo, os figueirenses vão perceber. Vamos então dar-lhe o benefício da dúvida.
    FEELHIP

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