quinta-feira, 15 de julho de 2021

Da série, a pandemia tem as costas largas para justificar atrasos e aumento de custos em várias obras: reabilitação da Casa da Praça em Maiorca, "Enforca Cães", Jardim Municipal, Bento Pessoa, Campo do Cova-Gala, Rua dos Combatentes, entre outras...

 Via Diário as Beiras, edição de hoje.



Todavia, recorramos à memória, via OUTRA MARGEM. Vamos viajar no tempo até 29 de Junho de 2019, ainda não havia pandemia.

"Depois da requalificação de Buarcos, quase à beira da inauguração, as más notícias.
O presidente, interrogado sobre os custos das alterações ao projecto inicial, respondeu que ainda não foram contabilizados, mas serão tornados públicos. A propósito de alterações ao projecto, Carlos Monteiro admitiu que o “estacionamento, que está mal feito”, deverá ser “rapidamente corrigido”. E acrescentou: “Não podemos estacionar em perpendicular à via. Há um erro de projecto que vai ser corrigido”

Quando se decidiu requalificar, não se sabia disto? Depois das obras se iniciarem, apesar de tantas críticas que este estacionamento logo mereceu, não se se notou que era necessário alterar?..
Deixou-se construir e, certamente,  vai-se estrear um estacionamento novinho em folha e agora - melhor: porquê só agora?!... - é que o presidente Monteiro reconhece  que “não podemos estacionar em perpendicular à via" e que "há um erro de projecto que vai ser corrigido”.
Renovo a pergunta: que objectivos estiveram na base da  obra de requalificação urbana da frente marítima de Buarcos ?
Fomentar o Turismo? Criar riqueza e postos de trabalho? Aumentar os residentes naquela área?
O actual presidente da Câmara, Dr. Carlos Monteiro, à época o vereador da obras municipais, tem responsabilidades acrescidas na forma como todo este lamentável processo decorreu. Por exemplo: porque não houve diálogo  com os afectados (moradores e comerciantes) para encontrar soluções para tentar amenizar os prejuízos e os incómodos.
A autarquia figueirense teve sempre uma postura arrogante e autoritária perante quem discorda. Foi assim em todo o lado onde houve intervenção e foi assim no Cabedelo.

Os políticos locais dizem-se preocupados com o ambiente, falam de descarbonização e alterações climáticas. Na prática, investem milhões para trazer para o coração da cidade uma fonte poluente.
Por exemplo: foram feitos estudos de tráfego? O Dr. Carlos Monteiro já reconheceu que não. 

De que forma é justificada a redução da emissão de gases? Como foi feito o estudado sobre a descarbonização? Onde estão os resultados?
Ao longo da execução deste projecto, ninguém sabia nada, incluindo técnicos e decisores políticos. Muita coisa se fez, "sem dar por ela"...
Porque continua muita coisa por responder e esclarecer, fica a pergunta: e agora?.."

O aumento dos custos e os atrasos de todas as obras municipais, não é um fenómeno recente.
Ao longo do tempo, nestes quase 12 anos de gestão socialista, teve a ver com dois factores: incompetência, que se traduziu em má gestão e mau planeamento. Para não referir a péssima (talvez, mesmo inexistente) manutenção dos espaços intervencionados nos últimos anos...
O Doutor Carlos Monteiro, vereador durante anos das obras Municipais, antes de por sucessão ter assumido o cargo de presidente, certamente que saberá melhor do que ninguém, que assim aconteceu.
A pandemia, a falta de materiais e de mão-de-obra, a chuva, o sol, quiçá o vento, têm as costas largas. Mas, a realidade é a realidade.
Ao que chegou ao meu conhecimento, na obra do Cabedelo, lado norte, já está prevista uma alteração junto à Torre da GNR: o aumento do estacionamento no local que diziam que era para instalar uma unidade hoteleira...
Foto António Agostinho

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