segunda-feira, 5 de julho de 2021

Cabedelo, um lugar cada vez mais de ninguém

"O CABEDELO MORREU !
Mais uma Excelente Obra deste Executivo do PS com o ALTO PATROCÍNIO da APA (Ministério do Ambiente )
Hoje, como se pode ver numa das fotos, 3 de Julho não havia um carro, estava deserto!
Reparem nas “pontes passadiços“ com centenas de metros de comprimento….
Pobre da nossa FLORESTA!"

Fotos e citação de 3 de Julho de 2021. Via Casimiro Terêncio
Em Julho de 2021, o Cabedelo é só obras e ausência de gente que já lá devia estar a ocupar o devido lugar e, este ano, não está lá. 
Na minha imaginação,  por ali andam fantasmas. O Cabedelo existe, o território existe, a praia existe, mas aquilo que existe é uma farsa.  
O Cabedelo morreu. 
No Cabedelo sinto-me como aqueles velhos, que já têm mais mortos na vida que vivos. É um local cheio de ninguém. Existem memórias a pairar no Cabedelo de vidas inteiras que se resumem numa palavra - saudade. 
Tal como o Cabedelo, Macondo também desapareceu do mapa, levando para o esquecimento as suas ruas com nomes de generais.
Mas tal como Macondo, o Cabedelo não é um lugar, mas um estado de espírito que nos vai permitir continuar a ver ver o que queremos, do modo como queremos. 
Em algum lugar entre Aracataca e a América Latina, Macondo existe e ficou imortalizada por Gabriel García Márquez. E o prolongamento da Gala, a terra na margem sul que segue o mondego até ao mar, o Cabedelo, também. 
O seu nome não vem no mapa. Contudo, não era terra morta que merecesse ser tão levianamente maltratada. 
Tem passado. E esse passado não foi tido em conta e, muito menos, respeitado.

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