Declaração de interesses:
1. Nas autárquicas 2021 não vou votar na candidatura do PSD.
2. Todavia, isso não me impede de constatar que, para já, Pedro Machado tem estado a fazer uma campanha fora do normal, surpreendendo pela positiva.
"As pessoas são o património mais importante de uma cidade e de um concelho. E há pessoas que fazem parte de uma forma de estar muito própria da Figueira da Foz, como o Zé Petinga. Não há nada mais importante do que nunca nos esquecermos delas. Serei o presidente de todas."
Esta foto, demonstra que beleza e discurso podem ser realidades muito semelhantes. É impossível ficar indiferente a esta beleza argumentativa, transmitida pela foto e pelo texto.
A beleza argumentativa provoca geralmente, tal como a beleza física, reacções nos dois extremos: ou nos apaixonamos ou nos irritamos de morte com tanta argumentação ou com tanta beleza.
Em geral, e vamos ao que interessa, a pessoa normal não sabe argumentar. Foge com frequência para o conforto dos seus preconceitos, aninha-se nas miudezas curriculares de belo efeito e, não raro, escarafuncha nas partes perdendo completamente a noção do conjunto, ou ataca o conjunto esquecendo-se autisticamente das partes que o definem.
Cada vez acredito mais na provocação como fonte de sobressalto.
E, esta foto, assim como o texto, sobressalta-nos.
Fazer uma boa fotografia é dificílimo. É preciso estar no controlo de tanta coisa...
Até hoje não sei de onde vêm as boas fotografias. Se soubesse, fazia muitas. Talvez, ou apesar disso, eu, nunca consegui fazer uma. Já consegui algumas engraçadas, mas grandes fotografias, como esta, é de outro campeonato...
Na poesia é bom não saber de onde os versos vêm. Rende. Mas na fotografia nunca é assim. Há toda uma encenação complexa na realidade, nua e crua. Manipular essa realidade, ou não, é uma opção. A técnica fotográfica é a coisa de menor importância. Ninguém faz boas fotografias conscientemente. E raramente vejo uma fotografia, que foi totalmente pensada, que seja boa. Se isso acontecer, o que é um milagre, ficamos a pensar na mensagem, ou a admirar o virtuosismo da composição, a inteligência do autor, e lá se vai a emoção.
Uma boa fotografia tem um dado qualquer de acaso. De anónimo e universal. De sorte. De emoção. De profundo e subjectivo.
Na poesia é bom não saber de onde os versos vêm. Rende. Mas na fotografia nunca é assim. Há toda uma encenação complexa na realidade, nua e crua. Manipular essa realidade, ou não, é uma opção. A técnica fotográfica é a coisa de menor importância. Ninguém faz boas fotografias conscientemente. E raramente vejo uma fotografia, que foi totalmente pensada, que seja boa. Se isso acontecer, o que é um milagre, ficamos a pensar na mensagem, ou a admirar o virtuosismo da composição, a inteligência do autor, e lá se vai a emoção.
Uma boa fotografia tem um dado qualquer de acaso. De anónimo e universal. De sorte. De emoção. De profundo e subjectivo.
Isto pode ser campanha política - e é. Mas, também é competência, profissionalismo, criatividade e talento.
A nível mundial, podemos usar apenas uma mão para contar os grandes fotógrafos. Como os poetas. São raríssimos.
A nível mundial, podemos usar apenas uma mão para contar os grandes fotógrafos. Como os poetas. São raríssimos.
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