Via Expresso
"Na "Sábado", o jornalista Marco Alves traçou um quadro do governo de Santana Lopes na câmara da Figueira da Foz entre 1998 e 2001. Ou melhor, talvez seja mais correto falar em desgoverno.
Os números falam por si. Quando entrou na câmara, a dívida da autarquia era apenas de 9 milhões; quando saiu, três anos depois, a dívida era de 41 milhões, um aumento de 347% em apenas três anos.
Estes números mostram que um governo Santana teria feito exatamente o mesmo que o governo Sócrates: teria afundado o país e os nossos filhos num oceano de dívida que nos prende e limita.
Sim, Santana Lopes na Figueira representa tudo o que está errado na forma como se governa em Portugal: pedir dinheiro emprestado, fazer coisas para inglês e parolo verem, sair e deixar a dívida acumulada para outros. Os outros que arrumem a casa depois da festa.
A governação de Santana limitou até hoje a governação dos seus sucessores do PSD e do PS. Curiosamente, foram os autarcas do PS que foram secando a dívida, fazendo austeridade local. Era inevitável, até porque as empresas municipais criadas por Santana eram (ainda são?) um monstro financeiro que se perpetuava. Um sorvedouro de dinheiro público e de dívida, a empresa Figueira Grande Turismo só foi dissolvida em 2013, doze anos depois a saída de Santana.
Não se pode governar assim, não se pode ir para um sítio e deixar uma dívida que demora décadas a ser paga. É imoral. É um ónus gigantesco sobre o futuro.
No imediato pós-Santana houve perigo de rutura de tesouraria, que só não aconteceu devido, lá está!, a mais empréstimos junto da banca: dívida para pagar dívida. O que levou a este cenário: devido ao absurdo desgoverno de Santana, as dívidas de curto prazo da câmara da Figueira subiram 600%: de 4,2 milhões para 28,8 milhões.
Agora, Santana quer voltar e quer fazer o mesmo, já prometeu isto e aquilo, campo de golfe, marina, aeródromo, centro de congressos, centro de alto rendimento.
É impressionante. Não aprendeu nada. Espera-se que as pessoas da Figueira tenham aprendido alguma coisa. A Figueira da Foz a escolher (hipoteticamente) Santana Lopes em 2021, depois do desgoverno provocado nesta cidade pelo próprio Santana há vinte anos (aumentou a dívida em 600% em três anos), é quase tão mau como ver Oeiras a escolher Isaltino. Seria um sintoma grave: os portugueses não aprendem, não querem aprender ou não sabem aprender."
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