A situação social no concelho está a agravar-se. Segundo o que disse a vereadora da Acção Social, Diana Rodrigues, ao DIÁRIO AS BEIRAS, “a situação agravou-se, notoriamente”, pois tem-se verificado um aumento de pedidos de apoio alimentar, que “têm sido reportados pelas várias instituições” que trabalham no terreno.
Tal como no País, também na Figueira, estamos perante um cenário trágico, mas que para quem tem andado atento ao que se passa em seu redor, tem pouco de surpreendente.Estamos muma sociedade que se tem vindo a polarizar, de forma crescente, em dois campos.
1. Os que acham que os tempos são difíceis e seria impossível fazer melhor.
Consequentemente, realçam o papel do governo na gestão desta crise.
2. E os outros: aqueles que, afectados pelo desespero e pelo ódio, acham que tudo está podre e estão dispostos a hipotecar a sua dignidade com o seu voto só para abanar o que acreditam ser o sistema, não compreendendo que esse voto só favorece os do topo e pioraria a sua condição.
Sem perder a capacidade de um justo juízo crítico construtivo, onde vale a pena estar, não podemos esquecer que vivemos tempos adversos.
Perante um cenário tão complicado como o que temos, as respostas são difíceis e exigentes.
Porém, poderia ter sido feito bem melhor.
Por exemplo, usar a margem orçamental disponível (e não é pouca, já que nunca na história da economia portuguesa as condições de financiamento foram tão favoráveis) para apoiar de forma massiva as centenas de milhares de pequenos comerciantes, profissionais do espectáculo e tantos outros trabalhadores sem vínculos estáveis que são atirados para a marginalidade social e política.
Por exemplo, se todos sabemos que o SNS respondeu, não podemos ignorar que teria respondido melhor, se mais investimento tivesse sido feito a montante.
Por exemplo, não podemos esquecer que, durante muito tempo, se colocou os direitos de propriedade da hospitalização privada à frente da vida das pessoas.
Na Figueira e no País, estamos num encruzilhada perigosa e difícil. Pensem.
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