Diogo Faro (twitter)
"O CDS "ganhou" as presidenciais. Duas vezes na mesma noite, primeiro com António Carlos Monteiro e depois com o Chicão, a fugir para a frente do Chiquinho que o partido já é.
O PS "ganhou" as eleições, mesmo quando perdeu o respeito por si próprio ao meter Carlos César a reclamar vitória e a apontar que o perigo do neofascismo é para o PSD e não para o país.
O PCP perdeu as eleições. Ponto final. E disse-o preto no branco.
O Bloco perdeu as eleições. Por abada. E tornou a perde-las quando aos 30 segundos de discurso Marisa Matias decide invocar o Ventas do Chaga, vá-se lá saber porquê. Quando o Ventas não fala falam os outros no Ventas.
O PSD "ganhou" as eleições. E no discurso da vitória, Rui Rio, excitado e aos gritos, fez o discurso da vitória do Ventas.
O Mayan liberal "ganhou" as eleições. Dobrou o resultado das legislativas, tinha 1 e picos por cento passou para 3 e picos por cento. A onda liberal a fugir por umas décimas à onda calceteira do Tino a morder-lhe os calcanhares.
António Costa "ganhou" as eleições. E veio logo todo lampeiro parabenizar Marcelo reeleito sem perceber que hoje é o primeiro dia do resto da sua vida.
O Ventas ganhou as eleições. Sem aspas como os outros. Recuperou os votos dos desiludidos do "isto é tudo a mesma merda", "querem é todos tacho", "a minha política é o trabalho", "isto queria era um novo Salazar". Recolheu os voto da ciganofobia, é circular pelas estradas da raia alentejana entre Serpa e Marvão para se perceber o score do rato de esgoto. Recolheu os votos das outras fobias todas, do medo dos outros. E os votos dos esquecidos no Portugal profundo. Abriu a boca para a habitual enxurrada de javardice, reclamou ser um enviado de Deus e em boa hora as televisões cortaram-lhe o pio."
Ontem, foi um dia negro para a democracia.
Ponto final.
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