quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Debates presidenciais: não tivemos esclarecimento, sobrou Vitorino, um estado de alma...


Nos últimos dias tive oportunidade de assisitir a vários debates políticos com candidatos à Presidência da República.
Vi muitas coisas. Menos aquilo que procurava, pois o debate é a essência da actividade política: o esclarecimento via confronto de ideias.
Vi candidatos serem confrontados com questões concretas e responderem coisas que nada tinham a ver com a pergunta. 
É aí que deveria aparecer o jornalista e, salvo algumas excepções, raramente marcou presença. 
O dever do jornalista é repetir a pergunta até obter resposta. 
Se o entrevistado insiste em fugir ao tema, o dever do jornalista é focá-lo.
Quando o entrevistado mente há que confrontá-lo com a mentira.
Quando não responde há que procurar a resposta.
Chama-se a isto entrevistar e não passa por fazer fretes a quem está a ser perguntado.
Vivemos num país com escassez de literacia mediática. Cofunde-se servilismo com boa educação. Profissionalismo com má educação.
O jornalismo existe para colocar questões concretas e confrontar na procura da verdade.
O jornalismo tem várias funções. Entre elas, não podem ser esquecidas e menosprezadas duas grandes funções: educar a informar. 
As eleições, muitas vezes, servem para nos divertir, o que nos pode aliviar dos problemas do dia a dia, assistindo aos debates de forma tranquila e sem as tensões próprias destes confrontos políticos. 
Ainda bem que temos o Vitorino, uma daquelas figuras, descontraídas, leves, brincalhonas, de bem com a vida, mas de olho clínico e atento aos problemas reais da sua comunidade.
Embora crítico, mostra uma pureza própria de quem vive na Aldeia.
Fica a esperança de que tempos bons um dia voltarão. 
A mim, a nostalgia aconchega-me e conforta-me o coração e a vida.

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