À medida que o tempo avançou «pelo tempo fora» - pelo menos comigo assim aconteceu - fui perdendo, aos poucos, o que me motivou quando era mais novo.
O avanço do tempo «pelo tempo fora», mostrou-me que o que nos fazia andar era, muitas vezes, o menos importante e o ilusório.
Foram essas invenções, na altura úteis, a que entreguei boa parte da vida.
O trabalho, os jornais, a política, o associativismo - mulheres.
Com o avanço do tempo «pelo tempo fora», veio o desapego e fui largando por aí o que me fazia andar.
Com o avanço do tempo «pelo tempo fora», sobraram os momentos como este, em que o que nos fazia andar vem à memória.
Por aqui fico, interiorizando as possibilidades que existiram e foram passando.
Nesses momentos em que penso naquilo que me motivou e me fez andar, no fundo inúmeras ilusões importantes, mas ingénuas, fico feliz no que actualmente sou.
A serenidade é nada querer, nada ambicionar.
Ainda bem que, em vida, cheguei a tempo de o saber.
Passaram os anos. Ainda bem, pois há coisas que só se conseguem chegar lá com o avanço do tempo «pelo tempo fora».
Contudo, mesmo com o avanço do tempo «pelo tempo fora», «nunca é tarde de mais para pensar, para perceber, para sonhar, para viver, para exigir e para acordar».
Sem comentários:
Enviar um comentário
Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.