"Jornalismo no Estado de Emergência: mais tecnologia, menos trabalho de terreno, mais instabilidade laboral, menos expectativas."
"Muito trabalharam os jornalistas durante o Estado de Emergência para informar a sociedade, em particular, sobre a pandemia e os seus efeitos. Alguns agoniaram-se para conciliar a vida profissional com a vida pessoal e familiar. Houve mais recurso a tecnologia, menos trabalho de terreno e surgiram algumas inquietações éticas e deontológicas. Findo esse período, nota-se mais instabilidade laboral e menos expectativas. Acentuou-se a precarização da profissão.
Das redacções para casa
Antes do estado de emergência, 65,5% dos jornalistas trabalhavam a partir de uma redacção. Faziam-nos não só os pertencentes aos quadros das empresas, mas até alguns dos que trabalham em regime de avença (28,8%) ou recibo verde (20,6%). Durante o estado de emergência, isso alterou-se por completo. Mais de dois terços passaram a trabalhar a partir de casa (66,7%). Só um reduzido grupo (17,6%) continuou a fazer da redacção o seu local de trabalho principal. Até pela natureza dos meios, essa proporção era maior entre os da televisão (47,8%) e os da rádio (36,3%).
No confinamento, os jornalistas serviram-se mais do que nunca do email e do telefone para trabalhar e não se coibiram de experimentar novas plataformas de videoconferência e reunião online. O teletrabalho exigiu, como menciona o relatório divulgado esta quarta-feira, “material informático e equipamentos de ligação à Internet, novas fórmulas de acesso remoto ao trabalho da redacção, software de gravação e edição de conteúdos ou, ainda que numa menor expressão, meios de protecção e segurança, como perches ou outras formas de proteger os equipamentos”. E alguns jornalistas tiveram de adquirir parte disso.
Que comunicação e que jornalismo para o mundo pós-coronavírus?
Que comunicação e que jornalismo para o mundo pós-coronavírus?
O recurso a novas ferramentas é entendido por estes profissionais como “benéfico ou mesmo muito benéfico”. Facilita o acesso, poupa tempo. Não é, porém, igual a ir ao sítios, observar, cheirar, conversar cara a cara com os protagonistas. Naquele tempo, muitos jornalistas deixaram de sair em reportagem para verificar, em loco, o que estava a acontecer ou falar com as fontes nos seus contextos (de 11,5% para 33,5%)."
Via Jornal Público
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