"Poderia começar por falar do
projeto de requalificação do Cabedelo
que deu origem à atribuição de fundos
europeus, mas as alterações aos planos
de intervenção já foram tantas que não
faz sentido falar do início de tudo. E aqui
questiono: com o desvirtuar do projeto
inicial, será que o dinheiro que está para
vir da europa pode ser utilizado para
esta nova realidade?
Poderia falar da primeira ou da segunda fase da obra em curso, mas para
isso teria que falar no muro de betão e
das indeminizações atribuídas a vários
proprietários de negócios existentes no
cabedelo para abrir caminho e “despachar” a obra.
Poderia também falar no “sonho” que
era tornar aquela praia do lado sul do
concelho numa “Tróia”, mas para esse
efeito teria que opinar sobre grandes
hotéis e campos de golfe.
Poderia falar da falta de acessos à
praia, dos passadiços destruídos, da falta de limpeza do areal e da inexistência
de uns balneários, mas estes pormenores não contam para quem está no topo
do edifício dos paços do concelho.
Mas o que hoje interessa é a tomada
de posse administrativa do Parque de
Campismo. O que interessa é acabar
com o campismo. Recorde-se, porém:
os seus proprietários vieram há 32 anos
ordenar o que estava desordenado.
Apesar de precisar de uma nova imagem (nunca ninguém disse o contrário)
neste momento ainda é a zona do Cabedelo mais organizada. Basta, no local,
olhar em redor.
Ao dia de hoje faltam precisamente
15 dias para o executivo da Câmara
Municipal tomar o parque de campismo
como seu e pergunto: o que vão dizer ao
Raúl, à Albertina, à Sónia, ao Robalo, ao
Carlos, à Graça, à Celestina, ao Fabrício,
ao Gonçalo, à Denise, à Telma, à Nelia,
à Lena, ao José e ao Paulino? São estas
as pessoas que vão perder o emprego.
Não têm nada para lhes dizer?
Além de quererem avançar no auge
da época balnear. Depois de dois anos
de verdadeiros “atropelos” na obra de
requalifi cação e parafraseando António
José seguro “qual é a pressa?” ou então
tal como Jorge Coelho referiu, “quem se
mete com o PS leva”?
Se concordo? Com toda a indignação
digo que não. Só consigo dizer, mais
do que um espaço, estamos a falar de
pessoas. As que lá trabalham só querem
uma coisa. Deixem-nas trabalhar!"
Via Diário as Beiras
Via Diário as Beiras
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