quarta-feira, 15 de julho de 2020

"Este Parque de Campismo, Foz do Mondego, nasceu há 32 anos". Tal ficou a dever-se "por efeitos de um pedido da Câmara Municipal da Figueira da Foz à Federação Portuguesa de Campismo e Caravanismo (assim designada na altura) hoje, Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal , com o intuito de acabar com o campismo clandestino que proliferava na altura, na praia do Cabedelo". (3)

"A Câmara Municipal prepara-se para a posse administrativa do Parque de Campismo do Cabedelo, ameaçando que as máquinas entrarão a demolir no dia 01. Ficam avisados os campistas e a concessionária. Para quê? Para levar por diante o projecto de reabilitação/requalificação ou o que for.
Para trás ficam os que fizeram do Cabedelo o seu lugar de eleição, para trás ficou a Federação de Campismo e Montanhismo sem que estivessem esgotadas as negociações. Aprazada que estava uma reunião para Julho, a CMFF decidiu unilateralmente não a concretizar, tendo a Federação interposto providência cautelar, tentando contrariar as pretensões da CM.
O que vão fazer naquele sítio lindo, o Cabedelo, é mais uma vez a cedência ao turismo “chique", a arraia miúda não terá ali mais cabidela. Será reduzida a área da concessão, já aceite pela FCMP e implantados “bungalows”, casinhas de madeira, pois.
Com Pessoa digo: ”A minha Pátria é a Língua Portuguesa”; estes estrangeirismos cansam! Basta o sinal de STOP! Engana-se quem por acaso pense que estas casas ficam acessíveis quando em parque. Puro engano, ficam caras, caras e o portuguesinho comum não se poderá atrever a fazer hábito de férias nas casinhas. O projecto aponta para isso mesmo: turismo de elite, mais uma vez deixando o que há de mais belo para alguns bolsos, visão de que discordo visceralmente. Continua a descaracterização do território e o pobre Mondego presa de interesses que não os da população.
O turismo é uma importante fonte de receita, é necessário acarinhá-lo. Mas não a qualquer preço, ignorando a tradição, ignorando a vontade dos munícipes, travando a fruição do património que é de todos. Posto isto direi o óbvio: discordo do acto da Câmara Municipal, ainda mais quando decorriam negociações, paradas abruptamente. Que a coragem e determinação da CM se estendam rapidamente à tal superfície comercial que continua fazendo a sua vidinha, sem ter cumprido as obrigações de raiz. Não me venham com a estória dos trabalhadores, estes precisam de quem os defenda contra os abusos de que são alvo neste tipo de unidades."
Via Diário as Beiras 

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