segunda-feira, 6 de julho de 2020

Campanhas...

"Para quem ainda não viu, a campanha promocional lançada pela Câmara da Figueira começa com uma imagem de campos de arroz. Vietname! Sim, poderia ser, mas não é, na realidade é o Baixo Mondego num dia de Primavera. Precisávamos de recorrer ao Vietname para promover a Figueira e atrair turistas? Penso que não. Mas, será que o “gag” publicitário chama a atenção? Um pouco de Vietname, Copacabana e Havai concentrados num pequeno concelho da costa Atlântica portuguesa? Sim, é apelativo e qualifica-nos numa vertente pouco explorada, a diversidade paisagística de norte a sul, os aspetos peculiares associados a uma terra que fica entre o rio e a serra, no estuário do maior rio nascido em Portugal.
O que o filme promocional também mostra é o que não está lá. E passo a explicar. A Figueira deveria destacar-se, como o Rio de Janeiro, pela beleza e qualidade do calçadão, mas isso não acontece, há zonas péssimas e a intervenção junto às Muralhas de Buarcos não foi a melhor. As ciclovias e a pedonalização estão por concretizar, e já houve tanto tempo e dinheiro para o fazer. Em atalho de foice diga-se que o dinheiro a despender na “enésima reforma do Jardim Municipal” – mais de 1,3 milhões de euros, poderia ser gasto para fazer verdadeiras ciclovias e caminhos urbanos, retirando espaço aos carros. Adia-se o inadiável, protela-se o essencial.
A imagem da Figueira ganha ou perde com este filme promocional? Na minha opinião perde uma oportunidade de mostrar a sua singularidade, enfatizando as qualidades do património natural e a qualidade de vida existente no concelho. Ninguém acredita no filme promocional, nem ninguém vem à procura do Havai na Figueira, mas sim de um local agradável para ir à praia, dar umas voltas de bicicleta, subir o rio e comer um bom peixe acabado de apanhar no mar."
Via Diário as Beiras

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