"A recente campanha de promoção da Figueira apela a duas ideias fortes e simples, que estão corretas e fazem muito sentido em tempos de Covid-19, quando se anuncia que a Figueira é “espaçosa” e pode ser visitada com “segurança”, ilustrando através de imagens que destacam a vastidão das praias, do Baixo Mondego, das salinas e do oceano.
O problema é que durante anos a fio os executivos camarários foram desafiados em vão pela oposição mais à esquerda para apostar num turismo que permitisse desfrutar da natureza através de formas de mobilidade amigas do ambiente, redes de pistas cicláveis dignas desse nome, trilhos bem sinalizados que percorressem a serra, as salinas, a beira rio e a costa marítima.
Neste momento tão particular em que essas soluções seriam tão úteis, encontramos pouco ou nada no terreno. Faltam indicações nas rodovias de acesso ao concelho sobre esses pontos de interesse, faltam indicações claras no próprio terreno sobre os trilhos, incluindo mapas e códigos de cores para cada pista com indicações das distâncias e estimativa de tempo de percurso para peões e ciclistas, bem como informação sobre a geografia física, sobre a fauna e a flora, sobre a arquitetura local e os pontos de interesse arqueológicos. Como é hábito em muito do que se faz em Portugal, temos spots publicitários com imagens e vozes de fundo de cortar a respiração, mas no terreno pouco ou nada ajuda a concretizar o que é proclamado.
A parte exagerado-tontinha desta campanha são as comparações com o Vietname, Copacabana e o Havai. Os turistas que preferem estes destinos não têm grande interesse por Portugal. Grande parte porque acha a água do oceano demasiado fria, outros preferem ir de férias para resorts com agendas rígidas e comida industrial.
Do Havai apenas conheço as praias da ilha Oahu onde se situa Honolulu. Uma parte são praias artificiais sem interesse. As praias de surf da North Shore são bonitas e muito selvagens, com uma história longa e particular. A história do nosso surf local é suficientemente interessante para dispensar comparações tontinhas."
Via Diário as Beiras
O problema é que durante anos a fio os executivos camarários foram desafiados em vão pela oposição mais à esquerda para apostar num turismo que permitisse desfrutar da natureza através de formas de mobilidade amigas do ambiente, redes de pistas cicláveis dignas desse nome, trilhos bem sinalizados que percorressem a serra, as salinas, a beira rio e a costa marítima.
Neste momento tão particular em que essas soluções seriam tão úteis, encontramos pouco ou nada no terreno. Faltam indicações nas rodovias de acesso ao concelho sobre esses pontos de interesse, faltam indicações claras no próprio terreno sobre os trilhos, incluindo mapas e códigos de cores para cada pista com indicações das distâncias e estimativa de tempo de percurso para peões e ciclistas, bem como informação sobre a geografia física, sobre a fauna e a flora, sobre a arquitetura local e os pontos de interesse arqueológicos. Como é hábito em muito do que se faz em Portugal, temos spots publicitários com imagens e vozes de fundo de cortar a respiração, mas no terreno pouco ou nada ajuda a concretizar o que é proclamado.
A parte exagerado-tontinha desta campanha são as comparações com o Vietname, Copacabana e o Havai. Os turistas que preferem estes destinos não têm grande interesse por Portugal. Grande parte porque acha a água do oceano demasiado fria, outros preferem ir de férias para resorts com agendas rígidas e comida industrial.
Do Havai apenas conheço as praias da ilha Oahu onde se situa Honolulu. Uma parte são praias artificiais sem interesse. As praias de surf da North Shore são bonitas e muito selvagens, com uma história longa e particular. A história do nosso surf local é suficientemente interessante para dispensar comparações tontinhas."
Via Diário as Beiras
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