"Quem tem a felicidade de passear por Split, pelo Palácio de Diocleciano, uma fortaleza romana do século IV, encontra dentro, sob e sobre as suas construções milenares, um grande número de lojas, cafés e hotéis.
Se viajarmos até ao Vale do Loire, podemos visitar muitos dos seus famosos castelos de propriedade totalmente privada. Em Espanha, vemos inúmeras Plazas Mayor habitadas, com comércio e serviços, inalteradas e conservadas, mantendo a aparência que tinham há centenas de anos.
Infelizmente em Portugal, continua a faltar sensibilidade da maioria da população para a conservação do património. Passo os meus dias a tentar convencer os proprietários a manter as cantarias antigas, os azulejos, as janelas de guilhotina ou os tradicionais telhados portugueses.
Não deveria ser assim. Tal acontece porque, ao contrário do que se passa na maioria dos países europeus, continuamos a não valorizar e a não ter orgulho no que é antigo, genuíno e característico, considerando-o apenas velho e sem graça e um empecilho ao desenvolvimento. Sem perceber que, na realidade, o maior valor económico de um edifício, de uma rua ou de um lugar são precisamente esses detalhes que lhes dão a sua singularidade.
Contudo, vai havendo algumas mudanças, temos o exemplo das Pousadas de Portugal que hoje têm uma exploração privada. E, de facto, existem inúmeros mecanismos legais que protegem o património de valor cultural. Adicionalmente, todos os cidadãos têm responsabilidade na sua defesa e preservação. Pelo que os investidores privados, explorando quer o seu património pessoal quer o público, têm obrigações legais indiscutíveis e semelhantes a qualquer entidade pública.
Portanto, havendo 2 edifícios municipais que estão devolutos, pois necessitam de obras de recuperação e de uma exploração ativa, e existindo potencial financiamento público ou interesse de potenciais investidores, considero que, salvaguardando o seu valor patrimonial e visitação, o Paço de Maiorca possa ser cedido para uma exploração privada. O Mosteiro de Seiça, após a tão esperada obra para a sua consolidação e sendo um monumento nacional, deverá ter uma utilização essencialmente pública, mantendo-se propriedade do município."
Via Diário as Beiras
Se viajarmos até ao Vale do Loire, podemos visitar muitos dos seus famosos castelos de propriedade totalmente privada. Em Espanha, vemos inúmeras Plazas Mayor habitadas, com comércio e serviços, inalteradas e conservadas, mantendo a aparência que tinham há centenas de anos.
Infelizmente em Portugal, continua a faltar sensibilidade da maioria da população para a conservação do património. Passo os meus dias a tentar convencer os proprietários a manter as cantarias antigas, os azulejos, as janelas de guilhotina ou os tradicionais telhados portugueses.
Não deveria ser assim. Tal acontece porque, ao contrário do que se passa na maioria dos países europeus, continuamos a não valorizar e a não ter orgulho no que é antigo, genuíno e característico, considerando-o apenas velho e sem graça e um empecilho ao desenvolvimento. Sem perceber que, na realidade, o maior valor económico de um edifício, de uma rua ou de um lugar são precisamente esses detalhes que lhes dão a sua singularidade.
Contudo, vai havendo algumas mudanças, temos o exemplo das Pousadas de Portugal que hoje têm uma exploração privada. E, de facto, existem inúmeros mecanismos legais que protegem o património de valor cultural. Adicionalmente, todos os cidadãos têm responsabilidade na sua defesa e preservação. Pelo que os investidores privados, explorando quer o seu património pessoal quer o público, têm obrigações legais indiscutíveis e semelhantes a qualquer entidade pública.
Portanto, havendo 2 edifícios municipais que estão devolutos, pois necessitam de obras de recuperação e de uma exploração ativa, e existindo potencial financiamento público ou interesse de potenciais investidores, considero que, salvaguardando o seu valor patrimonial e visitação, o Paço de Maiorca possa ser cedido para uma exploração privada. O Mosteiro de Seiça, após a tão esperada obra para a sua consolidação e sendo um monumento nacional, deverá ter uma utilização essencialmente pública, mantendo-se propriedade do município."
Via Diário as Beiras
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