Ao passar os olhos pela imprensa que aborda assuntos da Figueira, reparei que não devem existir grandes coisas a acontecer no nosso concelho.
É em dias como este, que recuo 12 anos e sinto saudades da blogosfera local. Nesse tempo, existiam alguns blogues que discutiam e pensavam a política e trocavam ideias sobre a Figueira e o concelho.
Há 12 anos tudo era diferente na Figueira: até o futebol. Tínhamos a Naval 1º. de Maio na alta roda do desporto-rei nacional. Numa cidade que sempre conheci alienada do real, o futebol dava jeito: escusava-se de abordar a crise profunda em que estamos mergulhados, por cá, em 2020. Crise de tudo, inclusivamente de valores. Mesmo sem futebol, alguém quer saber dos problemas que existem e que têm vindo a ser agravados, nos planos social, ético, moral, demográfico, emprego, saúde, educação, convívio entre as diversas etnias, policiamento e, como não poderia deixar de ser, na política pura e dura.
Tudo isto está a acontecer numa Aldeia que saiu no passado 4 do estado de emergência e que dentro de 18 meses vai ter eleições autárquicas.
Na Figueira não se fala de nada que interesse aos figueirenses. Parece que vivemos num cidade e num concelho sem problemas. A explicação parece-me simples: não há interesse e há a quem convenha este silêncio.
É em dias como este, que recuo 12 anos e sinto saudades da blogosfera local. Nesse tempo, existiam alguns blogues que discutiam e pensavam a política e trocavam ideias sobre a Figueira e o concelho.
Há 12 anos tudo era diferente na Figueira: até o futebol. Tínhamos a Naval 1º. de Maio na alta roda do desporto-rei nacional. Numa cidade que sempre conheci alienada do real, o futebol dava jeito: escusava-se de abordar a crise profunda em que estamos mergulhados, por cá, em 2020. Crise de tudo, inclusivamente de valores. Mesmo sem futebol, alguém quer saber dos problemas que existem e que têm vindo a ser agravados, nos planos social, ético, moral, demográfico, emprego, saúde, educação, convívio entre as diversas etnias, policiamento e, como não poderia deixar de ser, na política pura e dura.
Tudo isto está a acontecer numa Aldeia que saiu no passado 4 do estado de emergência e que dentro de 18 meses vai ter eleições autárquicas.
Na Figueira não se fala de nada que interesse aos figueirenses. Parece que vivemos num cidade e num concelho sem problemas. A explicação parece-me simples: não há interesse e há a quem convenha este silêncio.
O que não deve custar levantar cedo, fazer a higiene pessoal, tomar o pequeno almoço e sair. Tudo a correr. Depois, enfrentar o trânsito (ou a escassez de transportes públicos), deixar os miúdos entregues a alguém (as creches só abrem segunda-feira), mais uma correria para o emprego - quem ainda o tem -, aturar o patrão ou um chefe difícel e ter de trabalhar pressionado.
No fim do dia, voltar a casa, mas antes apanhar os miúdos, enfrentar o trânsito. Depois preparar o jantar, lavar a louça, dar banho aos miúdos, jantar, deitar os miúdos. Finalmente, lá para as 23, cochilar um bocadito no sofá frente ao televisor. Finalmente: a cama.
É, por isso, compreensível que os figueirinhas prefiram a alienação a terem de pensar na crise concelhia.
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