Primeira página do jornal O Figueirense de 16 de Novembro de 2012 |
Imagem via Diário as Beiras |
Tenho, aliás, na memória que tal sucesso foi anunciado, como iminente, há muitos anos: mais de 10 ou 12, sei lá...
Talvez, por aí, foi constituida uma empresa (uma parceria publico-privada...) para a exploração do Paço de Maiorca, património municipal, como unidade hoteleira. Se bem me recordo, denominava-se Sociedade Paço Maiorca. Tinha como accionistas , o grupo Quinta das Lágrimas, e a Figueira Grande Turismo (FGT), empresa municipal.
Segundo o que ainda consigo recordar, a Quinta das Lágrimas ficou com 80% do capital e a FGT com 20%. No final do prazo de 15 anos, o imóvel revertia para a autarquia.
Havia um problema, porém: para que o negócio de hotelaria e restauração pudesse acontecer, eram necessárias obras no Paço de Maiorca. Isso, requeria um “investimento” na ordem dos 6 milhões de euros.
Lembro-me que, na altura, tive dificuldade em entender (não estava, como não estou, por dentro dos meandros) uma "coisa": dos imprescindíveis 6 milhões de euros, a FGT , empresa municipal, entrou com 5 milhões e o parceiro privado, com um milhão. O dinheiro, ao que julgo ainda recordar, foi obtido por empréstimos bancários, salvo erro contraidos junto do BPI.
Como escrevi acima, o negócio tinha alguns pormenores dificeis de entender para quem não está por dentro da "coisa". Presumo que o imóvel era pertença da autarquia (se bem me recordo tinha sido adquirido no mandato de Santana Lopes). Então, como entender que no final do período de 15 anos o imóvel revertia para a autarquia?
Como entender também que a detentora de 80% do capital, a Quinta das Lágrimas, entrasse com um empréstimo contraído na banca de 1 milhão, e a Figueira Grande Turismo, com 20% do capital, tivesse de se responsabilizar por contrair um empréstimo bancário de 5 milhões?
Tudo isto, que se passou na Figueira há uns atrás, no tempo da vereação presidida por Duarte Silva, parece muito estranho.
O Município contraiu dívida (via, Figueira Grande Turismo, na altura uma empresa municipal) para entrar no negócio da hotelaria e restauração. Depois, em 2009, a câmara mudou de mãos e de partido. O dr. João Ataíde e o PS, substituiram o eng. Duarte Silva e o PSD, e "as obras pararam". Mas o processo, pelos vistos, não parou. Agora, chegámos aqui. Não existe nada de concreto, mas o "Paço de Maiorca pode custar cinco milhões ao município"!..
Recordando Nelson Fernandes, em novembro de 2012.
“Tudo isto sem dúvida que correu bem para a Quinta das Lágrimas. Isto é um buraco para a Câmara mas não é o pior. Isto é um padrão do que aconteceu no mandato anterior. Parceiros há aí aos montes, é preciso é escolhê-los bem como fizeram no mandato anterior”.
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